|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Apoio de China e Rússia fortalece Brasil na ONU
Itamaraty busca vaga no Conselho de Segurança
SAMY ADGHIRNI
DA REPORTAGEM LOCAL
O Itamaraty comemorou ontem a conquista do apoio formal de China e Rússia à candidatura do Brasil a um assento
permanente no Conselho de
Segurança da ONU.
Como o governo brasileiro já
tinha o respaldo declarado de
França e Reino Unido, os Estados Unidos se tornam o único
dos cinco membros permanentes do Conselho a não ter se declarado oficialmente a favor.
O apoio de Pequim e Moscou
foi selado na declaração final da
reunião ocorrida ontem, na cidade russa de Iekaterimburgo,
dos chanceleres dos países do
chamado Bric (Brasil, Rússia,
Índia e China). As quatro maiores economias emergentes formalizaram no encontro a sua
união em busca de uma atuação
geopolítica conjunta.
O principal elo do Bric no
plano diplomático é a rejeição
do unilateralismo dos EUA.
"Montar um sistema internacional mais democrático
fundado no império da lei e em
uma diplomacia multilateral é
um imperativo do nosso tempo", diz a declaração conjunta,
que pede uma reforma para
tornar a ONU "mais eficiente".
Nesse sentido, "os ministros
de Rússia e China reiteram que
seus países dão importância [a]
Índia e Brasil nos assuntos internacionais e compreendem e
apóiam as aspirações [dos dois
países] em desempenhar um
papel maior na ONU".
Como a Rússia já havia sinalizado apoio ao Brasil, o Itamaraty comemorou principalmente o endosso da China.
Em 2005, na primeira vez em
que governo Lula pleiteou formalmente um assento permanente no conselho, o Brasil havia conjugado seus esforços aos
de Alemanha, Índia e Japão em
torno do G4. A articulação fracassou, em parte por causa da
rejeição da China ao Japão.
Desta vez, o Itamaraty estima que a maioria dos países defende o mesmo modelo de reforma da ONU que o Brasil.
Um alto diplomata disse à reportagem que o apoio de China
e Rússia terá um impacto "claro" nas conversas sobre o assunto. Ele também ressaltou
que o ingresso do Brasil é uma
questão de tempo.
Segundo a Folha apurou, a
Casa Branca já declarou informalmente apoio ao Brasil. Mas
o assunto só deve voltar à tona
após a eleição presidencial
americana, em novembro.
O Itamaraty aposta que os
três presidenciáveis vêem com
bons olhos a ambição brasileira, embora só o pré-candidato
democrata Barack Obama tenha explicitado essa posição.
Texto Anterior: Lula oferta ajuda a Paraguai, mas não discute tema Itaipu Próximo Texto: Número oficial de mortos em Mianmar supera os 77 mil Índice
|