UOL


São Paulo, terça-feira, 17 de junho de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

IRAQUE OCUPADO

EUA prendem 59 em caçada a combatentes pró-Saddam

Bush afirma que críticos da guerra são "revisionistas"

Chris Helgren/Reuters
Militares dos EUA participam de operação de busca a simpatizantes de Saddam e armamentos em Khaldiya, 80 km a oeste de Bagdá


DA REDAÇÃO

O presidente dos EUA, George W. Bush, acusou ontem os críticos da guerra contra o Iraque de fazer "revisionismo histórico", defendendo a decisão de agir contra o ditador Saddam Hussein como uma forma de evitar uma ameaça contínua.
"Agora há alguns que gostariam de reescrever a história. Historiadores revisionistas, eis como eu os chamo", disse Bush num discurso para empresários em Nova Jersey.
Referindo-se ao ex-ditador iraquiano, Bush disse: "Saddam Hussein era uma ameaça para a América e para o mundo livre em 1991, em 1998 e em 2003. Ele ignorou continuamente as demandas do mundo livre, então os EUA, seus amigos e aliados agiram".
Bush não citou a questão das supostas armas de destruição em massa do Iraque em seu discurso, apesar de as acusações de que Saddam desenvolvia esse tipo de armamento terem sido o principal argumento dos EUA para fazer a guerra. Até agora, nenhuma arma de destruição em massa foi encontrada no Iraque.
Muitos críticos da guerra dizem que os EUA podem ter superdimensionado informações de inteligência sobre o assunto para justificar a invasão do Iraque. Bush já negou as acusações.
Bush disse que a guerra global contra o terrorismo, iniciada após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 e que incorporou a guerra contra o Iraque, continuará. "Este governo usará quaisquer tecnologia e conhecimento necessários para garantir a segurança da América, caçando aqueles que poderiam nos ferir", disse.

Caçada
As tropas americanas no Iraque continuaram ontem a caçar simpatizantes de Saddam Hussein em cidades no entorno de Bagdá, após dois comboios americanos terem sido atingidos por granadas lançadas por morteiros, na última de uma série de emboscadas contra os militares dos EUA.
O Comando Central dos EUA disse ter lançado uma nova missão, batizada de Operação Escorpião do Deserto, para buscar combatentes pró-Saddam que participaram de diversos ataques às forças americanas na região.
Cerca de 40 soldados americanos já foram mortos em ataques hostis e emboscadas no Iraque desde o início de maio, a maioria em Bagdá e em cidades próximas.
Guiados por informantes, soldados dos EUA entraram à noite nas casas de iraquianos suspeitos de promover ataques contra americanos. Ao menos 59 iraquianos foram detidos, mas não foram encontradas armas.
Num bairro que fica no nordeste de Bagdá, uma mulher e uma adolescente foram mortas após a explosão de um carro no qual elas estavam, num local onde soldados americanos haviam montado um posto de verificação.
Algumas horas antes, no centro da cidade, um carro civil foi destruído por uma explosão que as tropas americanas e a polícia iraquiana disseram ter sido causada provavelmente por uma mina. Dois iraquianos ficaram feridos.

Governo nacional
Os chanceleres de seis países do golfo Pérsico pediram ontem, durante um encontro na Arábia Saudita, a rápida formação de um governo iraquiano.
"Pedimos a rápida formação de um governo nacional que inclua todos os setores da sociedade iraquiana para que a população iraquiana possa manter sua soberania e sua unidade e possa administrar seus recursos econômicos", afirmou o chanceler de Qatar, xeque Hamad bin Jassim bin Jabor, durante o encontro do Conselho de Cooperação do Golfo, que inclui também Bahrein, Kuait, Omã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.

Com agências internacionais


Texto Anterior: Paz sob ataque: Hamas rejeita trégua; Israel promete agir
Próximo Texto: Tudo pelo "furo": TV faz superoferta pela recruta Jessica
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.