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TPI
Ocampo promete independência
Promotor do tribunal internacional assume
DA REDAÇÃO
O argentino Luiz Moreno
Ocampo, 50, advogado conhecido por sua atuação na área de direitos humanos, tornou-se ontem
o primeiro promotor-chefe do
Tribunal Penal Internacional,
com mandato de nove anos.
O TPI, sediado em Haia (Holanda), é um tribunal permanente
que julgará crimes de guerra, crimes contra a humanidade e crimes de genocídio cometidos após
1º de julho de 2002, quando a nova corte passou a existir.
O tribunal foi criado por iniciativa da ONU tendo como base os
modelos dos tribunais provisórios que julgam os crimes cometidos durante as guerras na ex-Iugoslávia e o genocídio de Ruanda.
O TPI começou a sair do papel
em 1998, quando seu estatuto foi
redigido em Roma. Embora tenha sido ratificado por 90 países,
enfrenta oposição dos EUA, que
obtiveram imunidade temporária
para soldados americanos.
Desde o ano passado, o TPI já
recebeu cerca de 400 denúncias,
mas ainda levará meses até que o
primeiro caso seja iniciado.
Em seu discurso de posse,
Ocampo explicou que o TPI só
atuará contra as violações mais
sérias da lei internacional e quando a Justiça dos próprios países
onde ocorreram os crimes se
mostrar incapaz de julgar as violações. "A corte é complementar
aos sistemas nacionais. Sempre
que houver uma ação genuína do
Estado, o tribunal não poderá e
não irá intervir", disse.
O Brasil integra o TPI e possui
uma representante entre seus 18
juízes: a paulistana Sylvia Helena
de Figueiredo Steiner.
Ocampo disse que uma de suas
tarefas será convencer os céticos
de que o TPI será independente.
Os EUA assinaram acordos bilaterais com quase 40 países nos
quais eles se comprometeram a
não entregar cidadãos americanos ao tribunal. Ontem, anunciaram novos acordos com o Egito, a
Mongólia, a Nicarágua, as ilhas
Seychelles e a Tunísia.
Com agências internacionais
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