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São Paulo, terça-feira, 17 de junho de 2003

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DIPLOMACIA

País quer falar com Londres

Governo argentino vai reivindicar Malvinas

ELAINE COTTA
DE BUENOS AIRES

O governo argentino quer recuperar a soberania sobre as Ilhas Falklands (Malvinas). Para isso, está disposto a discutir, diplomaticamente, o controle do arquipélago com o Reino Unido.
A intenção foi apresentada ontem pelo chanceler Rafael Bielsa, durante uma reunião do Comitê de Descolonização da ONU, em Nova York. Bielsa quer o apoio das Nações Unidas para negociar com os britânicos.
Para Bielsa, "não é aceitável" que o Reino Unido insista em pedir à Argentina que reconheça a soberania britânica sobre a ilha. "A recuperação do exercício pleno de soberania, respeitando o modo de vida de seus habitantes, está prevista em nossa Constituição e é um objetivo irrenunciável do povo argentino", disse o ministro.
O arquipélago das Malvinas é composto por cerca de cem ilhas, localizado no extremo sul da Argentina, na costa da Patagônia. Foi ocupado pelos britânicos em 1833 e, desde então, os argentinos reivindicam a sua soberania.
As conversações para resolver a disputa política se intensificaram a partir de 1965, mas nunca surtiram resultado. Em 1982, o governo militar argentino decidiu iniciar uma guerra contra o Reino Unido para retomar as ilhas. A Argentina perdeu a guerra.
Bielsa deixou claro durante seu discurso na ONU que a intenção é retomar o diálogo e negociar a retirada dos ingleses do arquipélago "por via pacífica". "[A ocupação] nos perturba, nos ofende, a nossa reivindicação é justa", afirmou o ministro.
O governo argentino, no entanto, também enfrenta resistência dentro da população das Malvinas.
Os habitantes, na sua maioria de nacionalidade britânica, são contra a transferência da soberania para a Argentina. A entrada de argentinos nas ilhas, que recebem aproximadamente 20 mil turistas por ano, só voltou a ser permitida em 1999.


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