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Suicida com sapato-bomba mata 10 e fere 30 no Iraque
Clérigo diz ter sido o alvo de atentado em mesquita de Bagdá e acusa Al Qaeda
Iraque pede que os EUA mantenham controle sobre as prisões do país, alegando que elas estão infiltradas pelas milícias árabes xiitas
DA REDAÇÃO
Um suicida que escondia
uma bomba no sapato se explodiu dentro de uma das principais mesquitas xiitas de Bagdá
durante as orações de ontem,
matando ao menos 10 pessoas e
ferindo cerca de 30.
O imã da mesquita Buratha,
Jalal Eddin al Sagheer, disse ter
sido o alvo do ataque e responsabilizou a Al Qaeda no Iraque,
cujo líder Abu Musab al Zarqawi foi morto em um ataque aéreo na semana passada.
"A Al Qaeda está tentando recuperar algum respeito depois
da morte do líder terrorista
Abu Musab al Zarqawi atingindo um dos principais clérigos
xiitas, mas eles falharão", disse
Al Sagheer, que é membro da
coalizão governista Aliança Iraquiana Unida.
O ataque foi um de uma série
ontem, apesar da campanha do
governo do premiê Nuri al Maliki para conter a violência com
medidas drásticas de segurança, como a proibição de circulação de carros por quatro horas
nas sextas-feiras e durante
eventos religiosos.
Em Basra, homens armados
mataram o clérigo árabe sunita
Youssif al Hassan, um dos líderes da influente Associação de
Clérigos Muçulmanos. No norte de Bagdá, um disparo de
morteiro matou ao menos duas
pessoas e feriu outras 16.
De acordo com o imã Al Sagheer, o suicida usava um sapato-bomba e se explodiu quando
confrontado pelos guardas.
"Os explosivos foram introduzidos na mesquita em dois
pares de sapatos. O primeiro foi
achado graças a um detector de
explosivos, e o segundo foi introduzido na sala de orações
pelo suicida", afirmou. "Quando os guardas tentaram revistá-lo, ele se explodiu."
Mas o Ministério do Interior
e a polícia especulam que o suicida estivesse usando um colete devido à escala de destruição
provocada pela explosão.
É a segunda vez em cerca de
dois meses que a mesquita de
Buratha é alvo de um ataque
suicida. No primeiro deles, em
7 de abril, quatro homens-bomba se explodiram, matando
ao menos 85 pessoas.
O Exército dos EUA também
responsabilizou o grupo de Al
Zarqawi pelo ataque. Na terça-feira, o grupo havia divulgado
uma nota prometendo vingar a
morte do seu líder com ataques
"nos próximos dias".
Os militares americanos afirmaram ainda ter capturado um
homem identificado como xeque Aqeel, supostamente um
dos comandantes da rede terrorista na cidade de Karbala.
Infiltração
Autoridades iraquianas pediram aos EUA que suspendam a
transferência de controle de
prisões ao Iraque, argumentando que elas estão infiltradas pelas milícias xiitas, publicou ontem o "Washington Post".
"Não conseguimos controlar
as prisões. É simples assim",
disse ao "Post" o vice-ministro
da Justiça iraquiano, Pusho
Ibrahim Ali Daza Yei, um curdo. "Nossas prisões estão infiltradas por milícias de cima a
baixo, de Basra a Bagdá."
O vice-ministro se disse
preocupado com a situação dos
1.797 presos árabes sunitas, que
representam 90% da população carcerária em prisões sob o
comando de um governo xiita.
O Exército americano confirmou que uma carta pedindo a
suspensão da transferência foi
enviada ao general John Gardner, responsável pelos centros
de detenção no Iraque.
O Exército afirmou ainda
que uma investigação sobre
acusações de que marines mataram até 24 civis desarmados
na cidade de Haditha no ano
passado foi concluída e está
sendo revisada pelo general Peter Chiarelli, um dos comandantes americanos no Iraque.
Ontem, a Câmara dos Deputados dos EUA aprovou uma
resolução que rejeita a fixação
de um cronograma para a retirada das tropas americanas do
Iraque. A medida foi aprovada
por 256 votos a favor e 153 contra.
"A retirada não é uma opção
no Iraque", declarou o líder da
maioria, John Boehner.
De acordo com o Pentágono,
2.500 soldados americanos foram mortos no Iraque desde o
início da guerra, há três anos.
Com agências internacionais
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