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Militantes rejeitam cessar-fogo do Hamas
Proposta fora feita pelo governo chefiado pelo grupo terrorista palestino; UE aprova pacote de ajuda
DA REDAÇÃO
Militantes do Hamas afirmaram ontem que não apóiam a
proposta de cessar-fogo feita a
Israel no dia anterior pelo próprio grupo terrorista palestino.
Segundo Sami Abub Zuhri, porta-voz do Hamas, a oferta representa apenas o governo, e
não o movimento -apesar de
ele chefiar o gabinete desde
março-, em mais uma indicação de desavenças internas.
"Não estamos interessados
em fazer nenhuma oferta ou
proposta", disse Abu Zuhri.
"Quando a ocupação [israelense] parar com seus crimes, a
facção poderá analisar a questão segundo os interesses da
nossa população."
As Brigadas de Mártires de Al
Aqsa, facção armada do Fatah
-grupo do presidente palestino, Mahmoud Abbas-, e o Jihad Islâmico também rejeitaram a trégua. "Isso só levará a
mais agressões", disse o líder
político do Jihad, Khaled al
Batsh.
O cessar-fogo parecia sinalizar um recuo do Hamas, cujo
braço armado anunciara a volta
de seus ataques contra Israel na
semana passada, devido à morte de sete civis em Gaza -Israel
foi acusado, mas nega ter responsabilidade.
Anteontem os israelenses
ameaçaram atacar líderes do
Hamas se o fogo continuasse.
Militantes palestinos lançaram
cinco mísseis contra Israel ontem, mas ninguém foi ferido.
No revide, um palestino foi
morto.
Pacote europeu
Os líderes da União Européia
aprovaram ontem, em Bruxelas, um pacote de 100 milhões
de euros (cerca de US$ 126 milhões) de ajuda aos palestinos,
por meio de um "mecanismo"
que fará com que o dinheiro
não passe pelo Hamas. Serão
feitos depósitos em contas individuais.
Segundo a UE, um acordo
com os demais mediadores internacionais (EUA, ONU e Rússia) está muito próximo. Em
Washington, a secretária de Estado Condoleezza Rice disse
ser "importante ter um modo
de as doações chegarem aos palestinos sem contribuir para o
governo do Hamas".
O governo da Autoridade Nacional Palestina (ANP) sofre
um embargo econômico desde
que o Hamas chegou ao poder.
A situação dos serviços essenciais é cada vez mais precária, e
funcionários públicos ficaram
sem receber por três meses.
A ANP comemorou a decisão
da UE, mas pediu que ela reconsidere o boicote.
"Toda ajuda é bem-vinda",
disse o negociador-chefe, Saeb
Erekat, "mas pedimos que revejam o boicote e reiniciem a
ajuda do modo que estava em
vigor." Já o ministro da Informação, Youssef Rizka, do Hamas, disse que os europeus se
curvaram às pressões dos Estados Unidos e adotaram uma
"política hostil" para dividir os
palestinos.
O fundo de ajuda será gerido
pelo Banco Mundial e pela UE.
Abbas fará a "ponte" entre as
doações e a população. Israel
apóia a idéia, mas disse que espera obter mais detalhes. O vice-premiê Shimon Peres diz
que vai negociar com Abbas.
Com agências internacionais
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