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Sob críticas, Bush e Blair se reúnem
DA REDAÇÃO
Sofrendo críticas cada vez mais
duras contra o envolvimento britânico na Guerra do Iraque, o primeiro-ministro Tony Blair chega
hoje a Washington para se encontrar com o presidente dos EUA,
George W. Bush, seu principal
aliado no conflito.
Bush, por sua vez, recentemente
foi forçado a reconhecer que errou ao afirmar, em janeiro deste
ano, que o Iraque havia tentado
comprar urânio na África -informação repassada aos EUA pelo serviço secreto do Reino Unido.
Ontem, no entanto, Blair saiu
em defesa da inteligência britânica e disse que mantém a alegação
que Saddam Hussein tentou comprar urânio em Níger, acusação
que foi desmentida na semana
passada pelo próprio diretor da
CIA (serviço secreto americano),
George Tenet. Ele disse que a informação se baseava em documentos falsos.
"Eu não aceito [a acusação] de
que as pessoas foram enganadas.
Eu defendo tudo o que estava naquele dossiê", disse Blair durante
questionamento no Parlamento
britânico.
Bush e Blair, que juntos enviaram mais de 250 mil soldados para invadir o Iraque em março, justificaram a guerra acusando o ex-ditador iraquiano de manter um
arsenal de armas de destruição
em massa. Desde o final do conflito, no entanto, não foi encontrada
nenhuma arma desse tipo.
Embora os dois chefes de Estado estejam sofrendo críticas dentro de seus países por causa da
Guerra do Iraque, o prejuízo tem
sido maior para Blair, que vê queda na sua popularidade e ainda
tem de enfrentar críticos do próprio Partido Trabalhista.
Teste dos laços
Em uma tentativa de mostrar à
opinião pública britânica que sua
"relação especial" com os EUA
não é uma via de mão única, Blair
deverá pedir, em discurso no
Congresso americano, que Bush
mantenha pressão máxima em favor da implementação do novo
plano de paz no Oriente Médio.
O objetivo é lembrar aos próprios trabalhistas que Blair tem
empurrado Bush para um papel
mais ativo no conflito entre israelenses e palestinos em troca do
seu apoio à Guerra do Iraque.
Outro tema a ser tratado por
Blair nos EUA é a situação de dois
britânicos que estão presos na base naval americana de Guantánamo, em Cuba, acusados de terrorismo. Os dois serão julgados por
um tribunal militar e podem ser
condenados à morte.
Blair não deverá mencionar o
assunto no discurso, mas planeja
pressionar Bush para que os dois
presos tenham direito à defesa
ampla e reforçar a oposição do
Reino Unido à pena capital.
Com agências internacionais e "The Independent"
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