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KOSOVO
Agência de refugiados diz que a proteção da minoria sérvia é o "ponto mais crítico" na Província hoje
ONU vê perseguição contra sérvios
das agências internacionais
Setores da maioria albanesa de
Kosovo estão realizando uma
campanha sistemática para matar, sequestrar e expulsar a minoria sérvia da Província iugoslava,
geralmente em supostos atos de
vingança contra atrocidades sofridas, disse o Acnur, agência da
ONU para refugiados.
A proteção da minoria sérvia de
Kosovo é "o ponto mais crítico no
momento", afirmou Kris Janowski, porta-voz do Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas
para os Refugiados).
Segundo a agência, as ações
mais violentas ocorreram na capital da Província, Pristina, nas cidades de Prizren e Orahovac e nas
aldeias vizinhas. São regiões que
sofreram algumas das piores
agressões sérvias contra os kosovares de origem albanesa durante
o conflito de Kosovo.
Antes dos ataques da Otan
(aliança militar ocidental), iniciados em 24 de março, cerca de 10%
dos habitantes de Kosovo eram
de origem sérvia, na maioria cristãos ortodoxos. Os outros 90% tinham origem albanesa e eram
majoritariamente muçulmanos.
A população total da Província
era de cerca de 2 milhões de habitantes antes do conflito. Aproximadamente 900 mil kosovares de
origem albanesa deixaram Kosovo durante o conflito. Mais de 700
mil já retornaram desde o final
dos bombardeios da Otan, em 10
de junho, segundo o Acnur.
Membros de grupos humanitários atuando na Província se dizem espantados com a dimensão
da violência contra os sérvios.
"Em Prizren, quase 50 casas de
sérvios foram incendiadas em
menos de uma semana, no que
parece ser uma campanha sistemática", disse Janowski.
As forças da Otan (Organização
do Tratado do Atlântico Norte)
responsáveis pela segurança na
Província estão tendo de proteger
os sérvios 24 horas por dia.
No início da semana, mais de
dez casas de sérvios e uma igreja
ortodoxa foram incendiadas em
Pristina. Na região de Mitrovica,
grupos de idosos sérvios e ciganos
(vistos pelos albaneses como aliados dos sérvios) foram expulsos
de seus vilarejos.
Em Orahovac, os sérvios da cidade e das vilas da região estão
concentrados em uma espécie de
gueto na parte alta da cidade, sob
proteção da Otan.
Cerca de 150 mil sérvios, de um
total de 200 mil antes da guerra,
chegaram a deixar a Província
após o conflito temendo represálias dos albaneses. Apesar de intensa pressão dos líderes sérvios,
poucos retornaram.
Eles estão instalados em condições precárias em cidades da Sérvia (República que, junto a Montenegro, forma a Iugoslávia) e são
mais um foco de instabilidade do
regime do presidente iugoslavo,
Slobodan Milosevic.
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