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Em ascensão, desafiante foge de debate
Ex-chanceler Abdullah Abdullah, com chances de ir a segundo turno, não se pronunciou sobre ausência
DO ENVIADO ESPECIAL A CABUL
O segundo e último debate
entre os principais candidatos a
presidente do Afeganistão não
contou justamente com aquele
que vem sendo a sensação da
campanha: Abdullah Abdullah,
o ex-chanceler do país que pode tirar a reeleição em primeiro
turno de Hamid Karzai.
Foi uma surpresa, até porque
Abdullah foi o maior crítico da
ausência de Karzai no primeiro
debate, duas semanas atrás. Ele
não se pronunciou.
Em seu lugar, entrou o folclórico ex-ministro do Planejamento Ramazan Bashardost, o
franco-atirador do pleito que
com suas perguntas diretas e
campanha franca de rua conseguiu alcançar o terceiro lugar
na mais recente pesquisa eleitoral com 9%.
Ele só não é uma alternativa
viável porque é hazara, etnia
considerada o "andar de baixo"
da sociedade do país -que é tribal e não permite esse tipo de
movimento social.
Na mira
Bashardost foi responsável
pela maioria dos ataques a Karzai, que basicamente defendeu
o que considera conquistas de
seu mandato -ele foi indicado
pelo Ocidente como interino
em 2002 e eleito em 2004. Karzai já chegou a ser a aposta dos
EUA, mas viu o apoio a sua candidatura diminuir em meio à
violência e ao crescimento da
insurgência do Taleban, que
tem feito ataques no período
pré-eleitoral.
O outro candidato presente,
o quarto colocado na pesquisa
Ashraf Ghani, também criticou
o governo Karzai, mas usando
seu conhecido tom professoral.
Hoje, Ghani é o candidato
preferido dos norte-americanos, que admiram seu trabalho
como ministro da Fazenda no
começo do governo Karzai.
Ele é um afegão expatriado, e
seus críticos dizem que é capaz
de falar inglês melhor que dari
ou pasthun, as principais línguas do país.
O debate foi transmitido pela
emissora estatal Rádio e Televisão Afeganistão. Os cerca de
20 canais privados do país passaram trechos, e em todos há
propaganda eleitoral gratuita
em forma de comerciais.
Hoje é o último dia da campanha, e o evento que promete
ser mais midiático é o comício
de Abdullah no estádio de Cabul -onde ocorriam execuções
rituais durante o governo do
Taleban (1996-2001).
(IG)
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