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Bagdá pode ter reativado seu plano nuclear
DA REUTERS
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), ligada à ONU, afirmou ontem que tinha informações que poderiam indicar que o Iraque esteja tentando
produzir armas nucleares, mas que inspeções no país eram necessárias para que conclusões definitivas pudessem ser tiradas.
Questionado ontem se as Nações Unidas tinham informações que provariam que o Iraque estava ressuscitando seu programa clandestino de armas nucleares, o
diretor-geral da AIEA, Mohamed ElBaradei, disse: "Sim, temos algumas informações, mas não podemos tirar nenhuma conclusão definitiva baseada nelas".
Ele acrescentou que as informações tinham vindo de análises de imagens de satélites comerciais. "Sem inspeções no local, não podemos verificar se o Iraque ressuscitou seu programa de armas nucleares", afirmou.
ElBaradei afirmou que seria do
interesse do Iraque permitir inspeções de armas no país o mais
rápido possível, para que inspetores da ONU possam confirmar a
alegação de Bagdá de que o Iraque
não tem capacidade nuclear.
Os inspetores de armas da ONU
deixaram o Iraque em 1998.
Em um discurso na conferência
anual da AIEA ontem, o secretário de Energia dos EUA, Spencer
Abraham, pediu que os países se
unissem para combater as chamadas "bombas sujas", que espalham material radioativo usando bombas convencionais.
"[Bombas] sujas são muito mais fáceis de montar [do que armas nucleares"", disse Abraham.
"Apesar de a destruição física que causam ser comparável a de explosivos convencionais, o distúrbio causado pela ampla contaminação é muito maior. É esse distúrbio que terroristas buscam."
Armas biológicas
Em uma reportagem publicada ontem, a revista "Newsweek" afirma que os EUA entregaram materiais e recursos ao Iraque nos anos
80 para fabricar armas biológicas.
"Nos anos 80, quando o Iraque
estava em guerra com o Irã, os
EUA decidiram ajudar o Iraque e
começaram a entregar a Saddam
Hussein recursos e materiais militares, incluindo carregamentos de
"bactérias/fungos/protozoários" à
comissão iraquiana de energia
atômica", afirmou a revista.
Segundo responsáveis pelo envio do material na época citados
pela "Newsweek", o material poderia permitir que o Iraque fabricasse hoje armas biológicas.
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