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HORA DA DECISÃO
Duhalde, candidato governista, tenta reconquistar peronistas para levar pleito ao segundo turno
Eleição argentina entra na reta final
ANDRÉ SOLIANI
VANESSA ADACHI
de Buenos Aires
A uma semana das eleições presidenciais argentinas, o Partido
Justicialista (PJ) faz sua última
aposta para tentar mudar o cenário previsto pelas pesquisas de
opinião pública, que apontam sua
derrota no primeiro turno.
Eduardo Duhalde, candidato
do PJ, espera, até o próximo domingo, reconquistar a lealdade
dos peronistas
e ganhar os votos indecisos.
Enquanto isso, Fernando
de la Rúa, candidato da coalizão de oposição Aliança, favorito, mantém o estilo
que marcou
sua campanha:
tedioso, como
ele mesmo se
define. Fala
pouco e evita o
confronto.
Perto do fim da campanha, Duhalde percebeu que não havia
conseguido o apoio dos tradicionais eleitores peronistas, que historicamente são, pelo menos,
35% do total. Segundo a última
pesquisa do Gallup, ele tem 31%
das intenções de voto.
Para atrair os dissidentes, Duhalde buscou o apoio dos governadores justicialistas recém-eleitos das duas principais Províncias
depois de Buenos Aires, Carlos
Reutemann, de Santa Fé, e José
Manuel de la Sota, de Córdoba.
Ontem à noite, o PJ organizou o
comício "lealdade peronista", que
deveria começar após o encerramento desta edição. O evento
coincide com importante data do
peronismo. Na praça de Maio, em
Buenos Aires, Duhalde quer rememorar o célebre 17 de maio de
1945, quando milhares de argentinos pediram a libertação de Juan
Perón, fundador do partido.
Além do resgate do peronismo,
o comitê do PJ
está de olho
nos eleitores
indecisos e naqueles que já
escolheram
seus candidatos sem convicção. Os indecisos, segundo o Gallup,
são 10% do
eleitorado. Outros 13% a 15%
dos eleitores
não estão convencidos de
sua escolha e podem mudar de lado na última hora, afirma Rosendo Fraga, reconhecido analista
político argentino.
Mas, para os principais institutos de pesquisas da Argentina, a
estratégia tediosa de De la Rúa será vencedora. "O candidato da
Aliança vencerá no primeiro turno", disse Marita Carballo, diretora do Gallup, anteontem. Para
Roberto Bacman, "apenas um
grande evento poderia mudar o
rumo da eleição".
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