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DIPLOMACIA
EUA e Paquistão concordam com inclusão de ala moderada em futuro governo afegão
EUA tentam incluir Taleban moderado
DO "THE NEW YORK TIMES"
Durante conversas secretas no
Paquistão, um líder do Taleban
pediu que os americanos suspendam os bombardeios para que a
ala moderada da milícia islâmica
possa convencer o mulá Mohamad Omar a entregar Osama bin
Laden. Os EUA recusaram a proposta, mas concordaram com
uma sucessão no Afeganistão que
inclua os moderados do Taleban.
As conversações entre o mulá
Abdul Wakil Muttawakil, chanceler do Taleban, e autoridades paquistanesas foram mantidas enquanto Colin Powell chegava a Islamabad, anteontem. Foi o secretário de Estado quem anunciou,
ontem, que a Casa Branca concordava com um futuro governo afegão multiétnico e pluripartidário.
A presença de Muttawakil no
Paquistão, aparentemente não
autorizada por Omar, o líder supremo do Taleban, sugere uma cisão na cúpula do governo e um
fortalecimento dos arranjos para
a transição no Afeganistão.
O relato dos contatos secretos
circulou após rumores de que
Muttawakil desertara.
Autoridades do Paquistão disseram que a presença do mulá no
país e seu pedido por uma pausa
nos ataques refletiam o desenvolvimento de profundas dissensões.
Nos contatos em Islamabad, o
enviado do Taleban sugeriu que
os moderados poderiam ser capazes de mudar a política da milícia
se tivessem um período de calma.
Após as discussões, porém, não
estava claro se os moderados pretendem enfrentar Omar abertamente ou querem tornar a situação mais confusa, conseguindo a
interrupção da ofensiva sem oferecer nenhum progresso quanto
ao futuro de Bin Laden.
Outros relatos apontam que a
iniciativa de Muttawakil se estendeu aos países do golfo Pérsico.
Uma agência de notícias de Dubai
afirmou que o mulá havia "mostrado interesse em assegurar o
apoio dos Estados muçulmanos"
na região numa negociação com
os EUA em nome do Taleban.
Há relatos ainda de combates
entre o Taleban e integrantes da
rede de Bin Laden, a Al Qaeda.
O embaixador da milícia no Paquistão, Abdul Salam Zaeef, negou, contudo, divisões no Taleban. "Não há mudança", disse.
A chegada de Powell completou
uma extraordinária convergência
de quase todos os grandes atores
da atual crise, espelhando a necessidade de definir diretrizes políticas e diplomáticas pós-ataques.
Powell e Musharraf afirmaram
ontem ter concordado que qualquer futuro governo afegão deverá incluir tanto a oposição quanto
moderados do atual regime.
O entendimento contempla os
interesses do Paquistão no vizinho. Uma de suas principais
preocupações é a eclosão de uma
nova guerra civil pela substituição
do Taleban, da etnia majoritária,
pela Aliança do Norte, o mais ativo grupo rebelde, hostil ao Paquistão e composto por minorias
étnicas. "O ex-rei Zahir Shah, políticos, líderes moderados do Taleban, elementos da Aliança do
Norte, chefes tribais, afegãos no
estrangeiro. Todos podem desempenhar um papel nesse governo", disse Musharraf. "Queremos ajudar o povo afegão a finalmente ser governado por um governo que represente todos os povos do país", disse Powell.
Com agências internacionais
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