São Paulo, quarta-feira, 17 de outubro de 2001

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Powell pede paz na Caxemira a Índia e Paquistão

DA REDAÇÃO

O secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, pediu ao Paquistão e a Índia ontem que promovam a paz na Caxemira depois de ter sua chegada ao sul da Ásia, anteontem, marcada por um confronto entre os dois países e manifestações contra o apoio do presidente paquistanês, Pervez Musharraf, aos ataques dos EUA.
Washington está tentando evitar um conflito na Caxemira que possa desestabilizar o Paquistão, um aliado-chave na ofensiva contra o Afeganistão.
Mas a Índia, que já mostrou sinais de irritação pelo apoio dos EUA a seu adversário, prometeu continuar a promover ações punitivas contra a infiltração de paquistaneses na Caxemira.
Um alto oficial do Exército indiano disse que o "fogo esporádico" na linha de controle que divide a Caxemira continuou ontem após os dois lados ignorarem o pedido de contenção feito anteontem pelo presidente dos EUA, George W. Bush.
Powell, que chegou a Nova Déli ontem à noite, discutirá a intensificação dos confrontos entre Índia e Paquistão na Caxemira com funcionários do governo indiano, disse um funcionário do Departamento de Estado dos EUA. Ele afirmou que Washington já havia ouvido o lado paquistanês e, agora, ouviria o indiano.
Powell havia dito mais cedo, em Islamabad, que a disputa pela Caxemira era uma questão central do relacionamento entre a Índia e o Paquistão, e que uma solução teria de se basear no respeito mútuo e no "desejo de acomodar as aspirações do povo da Caxemira".
Nirupama Rao, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Índia, disse que "o terrorismo transfronteiriço", e não a Caxemira, era a questão central.
"Não deve haver confusão entre causa e efeito. A presente situação [na Caxemira" é uma consequência do terrorismo patrocinado pelo Estado, e não a causa", disse.
O confronto entre forças indianas e paquistanesas anteontem foi o mais sério em quase um ano.
Segundo o Paquistão, duas pessoas morreram e 25 ficaram feridas quando tropas indianas atacaram Rawalkot. O Ministro da Defesa indiano, George Fernandes, disse que o ataque era uma resposta a intrusões e que 30 "intrusos" haviam sido mortos.
"É uma ação punitiva e vai continuar. A Índia será implacável ao lidar com a infiltração", afirmou.
A violência no setor da Caxemira controlado pela Índia deixou 22 mortos e 44 feridos ontem.
Uma granada lançada por supostos separatistas em uma rua movimentada de Srinagar (capital de inverno do Estado indiano de Jammu e Caxemira) feriu 15 pessoas, e outra, que explodiu em um mercado de Kulgam (sul de Srinagar), matou uma pessoa e feriu 29. Os outros episódios foram enfrentamentos entre separatistas e soldados indianos.


Com agências internacionais


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