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DRAMA
Diálogos entre torres e aviões sequestrados dão visão inédita dos atentados de 11 de setembro
Registros de vôo revelam o terror
DO "THE NEW YORK TIMES"
O vôo 11 da American Airlines
silenciara misteriosamente. O
controlador de vôo tentou várias
vezes restabelecer contato. Ninguém respondia. Então ele ouviu
uma voz que vinha da cabine dizer: "Nós temos alguns aviões. Fiquem quietos que nada acontecerá a vocês. Estamos voltando para
o aeroporto".
Confuso, o controlador de vôo
perguntou: "Quem está tentando
falar comigo?". Ninguém respondeu. Então ele ouviu a mesma voz
outra vez: "Ninguém se mexa, por
favor. Não tentem fazer nenhuma
bobagem".
A voz do homem que falava na
cabine aparecia na mesma frequência usada por pilotos e controladores de tráfego aéreo.
Não se sabe por que isso ocorreu. Ou o homem acreditava simplesmente falar com os passageiros ou alguém da tripulação havia
ligado o microfone do rádio. Mas
o fato é que aquela voz foi o primeiro sinal do horror no dia 11 de
setembro.
Transcrições dos diálogos entre
pilotos e controladores de vôos,
obtidas pelo "The New York Times", mostram como o terror foi
sendo revelado nas cabines dos
aviões e nos centros de controle.
Juntamente com entrevistas e outros documentos, oferecem visão
inédita sobre como, minuto a minuto, a rotina de uma manhã como outra qualquer se turvaria em
meio à confusão e ao horror.
O primeiro sinal de sequestro
surgiu do vôo 175 da United Airlines, que partira de Boston rumo a
Los Angeles. Pouco depois de o
avião decolar, a torre pediu ajuda
a outros pilotos para descobrir
onde estava o vôo 11, que desaparecera.
Pouco depois, o vôo 11 alcançava a torre norte do World Trade
Center. Os repetidos pedidos do
controlador de vôo para que o 175
respondesse encontravam apenas
um terrível silêncio. O 175 se
transformaria em poucos minutos no próximo elemento-chave
da tragédia.
Às 8h53, depois que o vôo 175
rasgava os céus na direção sul do
vale do Hudson a 500 milhas por
hora -mais do que o dobro da
velocidade permitida-, a realidade se tornava clara para a torre
de comando em Long Island.
Momentos antes de o primeiro
avião atingir o World Trade Center, um controlador de vôo tentava entrar em contato com o vôo
77 da American Airlines.
O avião havia decolado do aeroporto de Dulles, nos arredores de
Washington, em direção a Los
Angeles. O piloto confirmou que
havia recebido algumas direções e
em seguida parou de responder à
torre.
"American 77, American 77,
responda", perguntava o controlador com insistência. Às 8h56,
tornou-se evidente o desaparecimento do 77. Chegou-se a pensar
que havia sido um dos aviões que
atingira o World Trade Center.
Foi quando surgiu no radar um
sinal não-identificado em direção
a um espaço aéreo protegido -a
região da Casa Branca.
Somente depois disso a Força
Aérea dos EUA descobriu que se
tratava de um Boeing-757. Em
pouco tempo, o avião atingiria o
Pentágono.
Minutos antes do ataque ao
Pentágono, o vôo 93 mudou de
direção. O avião chegou a receber
um aviso de que havia um intruso
na cabine. Alguém respondeu:
"Confirmado". O avião caiu na
Pensilvânia depois das 10h.
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