Piñera vai vender ideia de rápida recuperação das adversidades

DE SÃO PAULO

O presidente do Chile, Sebastián Piñera, desembarcou ontem em Londres para vender a imagem de que seu país cresce com adversidades como forma de conseguir maiores investimentos britânicos.
E permanece com a estratégia de converter o sucesso do resgate dos mineiros em índices de popularidade.
Ele utilizará o devastador terremoto no final de fevereiro e o acidente na mina San José para defender a ideia de que os chilenos se recuperam dos problemas com rapidez.
"O Chile será lembrado não por Pinochet, mas como exemplo de unidade, liderança e coragem, fé e êxito", disse em entrevista ao jornal britânico "The Times", em que abordou, além do salvamento, aspectos da política.
A visita ao Reino Unido é a primeira de uma série de viagens na Europa. O presidente deverá visitar França e Alemanha nos próximos dias.
Piñera também disse que levará pedras da mina -não ficou claro se são as que recebeu do mineiro Mario Sepúlveda- para entregá-las, a título de recordação, para o premiê britânico, David Cameron, e para a rainha da Inglaterra, Elizabeth 2ª.
O "verdadeiro herói britânico" que o representante de centro-direita chileno escolheu é o premiê Winston Churchill (1874-1965).
A famosa expressão utilizada por Churchill em um discurso no começo da Segunda Guerra Mundial, "sangue, esforço, lágrimas e suor", inspirou Piñera durante a crise dos mineiros e os sete meses de mandato.

MINEIROS
Ontem, outro mineiro teve alta do hospital de Copiapó para voltar para casa, e agora apenas 1 dos 33 continua em observação. É Victor Zamora, o 14º resgatado, que possui lesão traumática nos dentes.
O escritor do grupo, Victor Segovia, redator do bilhete que revelou a sobrevivência, descreveu os dias soterrados como um "pesadelo".
"O bom de estar livre é que quando você tem um sonho ruim, acorda e percebe que foi somente um sonho. Mas na mina, nós acordávamos em um pesadelo", disse.


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