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ITÁLIA
Massimo D'Alema pode se tornar o primeiro premiê do país originário do antigo Partido Comunista Italiano
Ex-comunista obtém apoio para governo
das agências internacionais
Massimo D'Alema está prestes a
se tornar o primeiro político de
origem comunista a governar a
Itália. Ontem, ele obteve apoio suficiente para formar uma nova
coalizão.
D'Alema é líder dos DS (Democráticos de Esquerda, na sigla em
italiano), o sucessor do PCI, o antigo Partido Comunista Italiano
(que mudou de nome em 1991).
Anteontem, ele recebeu a missão
de tentar formar um novo governo. O país está em crise política
desde o último dia 9, quando o primeiro-ministro Romano Prodi pediu demissão.
Prodi (que não pertence a nenhum partido) liderava uma coalizão de governo dominada pelos
DS, os ex-comunistas. Participavam ainda outros três partidos,
dois de centro e o PRF (Partido da
Refundação Comunista).
Na semana passada, o PRF decidiu romper com Prodi, por não
concordar com cortes em gastos
sociais no Orçamento proposto
para o próximo ano.
Sem o voto dos neocomunistas, o
governo perdeu sustentação no
Parlamento. Já demissionário, o
premiê tentou formar uma nova
maioria, mas não conseguiu.
Anteontem, D'Alema foi encarregado pelo presidente italiano de
tentar aglutinar uma coalizão. Ontem, tudo indicava que ele havia
conseguido.
O líder dos DS obteve apoio verbal de dissidentes neocomunistas
do PRC e de um outro partido de
centro, presidido pelo ex-presidente Francesco Cossiga.
Caso reúna maioria no Parlamento, D'Alema pode ser indicado
premiê já na próxima semana.
Com isso, após 52 anos de tentativas frustradas, o principal partido de esquerda da Itália indicaria
finalmente o primeiro-ministro.
Durante décadas, o PCI travou
uma batalha pelo poder com a Democracia Cristã, o mais tradicional
partido conservador italiano, que
se fragmentou em 1994, após ser
envolvido no escândalo de corrupção Tangentopoli.
O PCI sempre foi o maior partido
comunista do Ocidente. Ao longo
dos anos 50 e 60, foi se distanciando das diretrizes ditadas por Moscou e, posteriormente, se aproximando da social-democracia.
A indicação de D'Alema desagradou a oposição na Itália. O empresário e ex-premiê Silvio Berlusconi, líder do partido Força Itália, sugeriu que parlamentares da oposição podem renunciar em bloco.
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