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FIM DA CAÇADA
Ele diz que decisão será de iraquianos; Rumsfeld diz que ex-ditador não tem status de prisioneiro de guerra e que CIA o interrogará
Bush defende pena de morte para Saddam
DA REDAÇÃO
O presidente dos EUA, George
W. Bush, defendeu ontem a "pena
máxima" para o ex-ditador iraquiano Saddam Hussein, em uma
afirmação que um funcionário da
Casa Branca disse ser uma referência à pena de morte.
Já o secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, voltou atrás e disse que o ex-ditador iraquiano não
tem status de prisioneiro de guerra. Assim, não se aplicam a ele as
Convenções de Genebra, que lhe
garantiriam um tratamento humanitário.
Saddam, capturado no último
sábado pelas forças americanas,
está sendo mantido em local não
revelado pelos EUA e interrogado
pela CIA (serviço secreto dos
EUA). Rumsfeld anunciou que a
agência passará a centralizar o interrogatório, mas não descartou
intervenções do Pentágono.
O secretário, que no domingo
dissera que Saddam era considerado prisioneiro de guerra, ontem
afirmou que ele estava recebendo
um tratamento "humanitário e
profissional", embora ele não fosse formalmente designado como
prisioneiro de guerra e por isso
estivesse fora do escopo das Convenções de Genebra.
O tratado, assinado em 1949, garante direitos como o de não ter
sua imagem exibida publicamente e exposta ao ridículo -algo
bem diferente do que vem acontecendo com o ex-ditador desde a
sua captura.
Rumsfeld defendeu a divulgação das imagens de Saddam como
algo necessário para comprovar a
prisão para os iraquianos. "Ele
não foi submetido à curiosidade
pública de modo degradante, de
acordo com as definições das
Convenções de Genebra", disse.
Saddam está sendo interrogado
sobre sua eventual ligação com a
rede terrorista Al Qaeda, seu suposto arsenal de destruição em
massa -usado pelos EUA como
principal justificativa para a guerra, mas até agora não encontrado- e sobre a insurgência iraquiana. Até agora, o ex-ditador
negou todas as acusações que lhe
foram feitas.
O comando dos EUA acredita
que Saddam fosse informado sobre as ações por líderes insurgentes ligados a seu regime e investiga
se ele financiava a resistência.
Com o ex-ditador, foram apreendidos US$ 750 mil.
Segundo o general Martin
Dempsey, comandante da 1ª Divisão Blindada, informações obtidas após a captura de Sadam levaram à prisão de alguns dirigentes
do extinto partido Baath, ao qual
o ex-ditador pertencia, que financiariam ataques contra os EUA.
Mas o militar não disse se as informações vieram de Saddam.
Autoridades em Washington
afirmam que as sessões pouco
progrediram e que Saddam não
tem colaborado. Especialistas
afirmam que pode levar meses até
o iraquiano ser dobrado.
Pena de morte
Em entrevista à rede de televisão
ABC, o presidente Bush afirmou
que os iraquianos devem decidir
o destino de Saddam, mas recomendou a "pena máxima".
"Acho que ele [Saddam] deve
receber a pena máxima por tudo o
que fez contra seu povo", declarou Bush. "Ele é um torturador,
um assassino, mantinha salas de
estupros. É um tirano nojento que
merece a justiça máxima. Mas
quem vai decidir isso não é o presidente dos EUA, mas os cidadãos
do Iraque." Segundo um funcionário da Casa Branca que falou à
agência Reuters sob condição de
anonimato, Bush se referia à pena
de morte. O pai de Bush, o ex-presidente George Bush, foi vítima de tentativa de assassinato
atribuído a Saddam, em 1993.
Uma das três filhas de Saddam,
Raghad Hussein, pediu que seu
pai seja julgado por uma corte internacional, não pelo tribunal iraquiano criado na semana passada
especialmente para julgar membros do regime deposto.
Raghad, que falou à rede de TV
de Dubai Al Arabiya, disse também que, pelas imagens de seu
pai exibidas após a captura, ele
parecia dopado. "Todas as pessoas honestas que conhecem Saddam sabem que ele é firme e poderoso. Ele foi dopado", disse.
Com agências internacionais
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