UOL


São Paulo, quarta-feira, 17 de dezembro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Confrontos entre EUA e iraquianos deixam 15 mortos

DA REDAÇÃO

As forças americanas no Iraque anunciaram ontem que mataram 11 insurgentes supostamente ligados a Saddam Hussein e outros quatro civis iraquianos, em um sinal de que a violência no país não arrefeceu apesar da captura do ex-ditador no último sábado.
As mortes ocorreram em três ações distintas, ontem e anteontem, em cidades do Triângulo Sunita - região no noroeste do país que concentra simpatizantes do regime deposto e ataques a soldados dos EUA.
A ação de segunda-feira, em Samarra (norte), foi a mais letal. As forças americanas disseram ter matado 11 "simpatizantes de Saddam" que tentaram emboscá-las.
Segundo os soldados, os agressores teriam soltado um bando de pombos quando a tropa se aproximou, aparentemente dando um sinal para outro grupo de insurgentes. Dois homens em motocicletas surgiram atirando e fugiram em seguida em meio a um grupo de crianças que saía da escola. Outros membros do grupo atacaram com granadas-foguetes e armas automáticas.
As forças dos EUA disseram ter usado franco-atiradores para evitar colocar civis em risco.
Samarra é a mesma cidade onde, no mês passado, as forças dos EUA disseram ter matado 54 insurgentes. O número foi revisto mais tarde -segundo a polícia local, morreram no máximo dez pessoas, civis em sua maioria.
Em Ramadi, soldados americanos mataram três manifestantes e feriram dois quando tentavam conter um protesto que reuniu 750 iraquianos contra a prisão de Saddam. O comando americano alegou que os soldados foram atacados a tiros.
Manifestações semelhantes eclodiram em outras cidades da região. Em Fallujah, um dos locais mais tensos do país, um iraquiano foi morto durante o segundo dia de protestos. Segundo o comando dos EUA, o homem ameaçou os soldados com uma granada.
As manifestações na cidade vêm ocorrendo em frente à prefeitura, invadida por manifestantes na véspera. Ontem, o edifício estava cercado por tanques e soldados.
Em Mossul, no norte do país, um confronto entre policiais iraquianos e manifestantes resultou na morte de um policial.
Em Tirkit, cidade onde Saddam foi criado e perto da qual foi capturado, uma bomba explodiu na estrada, ferindo três americanos.

Ao menos dois anos
O general Richard Myers, chefe do Estado-Maior americano, desembarcou ontem no Iraque para uma visita às tropas. Após discursar para um grupo de 200 soldados no Aeroporto Internacional de Bagdá, o general falou com jornalistas e enviou uma mensagem aos simpatizantes do ex-ditador.
"Quando vocês apoiam um líder e depois o encontram num buraco, fica claro que vocês estão do lado errado", disse.
Indagado sobre o tempo que as tropas americanas permanecerão no país, Myers respondeu: "Por enquanto, mais dois anos. Não dá para fazer previsões após esse prazo. Dependerá de como as coisas transcorrerão". Anteontem, o presidente George W. Bush reiterara que seus soldados ficariam no Iraque "o tempo necessário", apesar da prisão de Saddam.
Hoje estão no Iraque cerca de 130 mil militares americanos. A transferência de poder dos EUA para um governo iraquiano está prevista para julho.


Com agências internacionais


Texto Anterior: Fim da caçada: Bush defende pena de morte para Saddam
Próximo Texto: EUA anunciam prisão de 73 rebeldes
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.