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Paris e Berlim concordam em reduzir dívida
Durante reunião com Baker, enviado especial americano, França e Alemanha aceitam perdoar parte da dívida iraquiana
DA REDAÇÃO
Pondo de lado as diferenças entre seus países, o enviado especial
dos EUA James Baker e o presidente da França, Jacques Chirac,
concordaram ontem, em Paris,
em que credores internacionais
terão de chegar a um acordo, em
2004, para reduzir a enorme dívida externa do Iraque, contraída
sobretudo durante o regime do
ex-ditador Saddam Hussein.
Ambos buscaram passar uma
imagem de união no início da viagem de Baker à Europa, na qual o
enviado americano pretende convencer franceses, alemães e russos, que se opuseram à Guerra do
Iraque, a facilitar a renegociação
da dívida iraquiana, estimada em
US$ 120 bilhões pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).
Baker também busca acalmar
os líderes políticos dos três países,
que estão descontentes com a decisão americana de manter empresas dos países que se opuseram à guerra fora da distribuição
dos contratos relacionados à reconstrução do Iraque. Estima-se
que esses contratos cheguem a
US$ 18,6 bilhões.
"O governo dos EUA e o da
França querem reduzir a dívida
do Iraque para permitir que sua
população tenha liberdade e
prosperidade. É importante reduzir o peso da dívida iraquiana
com o Clube de Paris [de Estados
credores] já em 2004, se possível",
disse Baker, secretário de Estado
no governo de George Bush, pai
do atual presidente.
O Iraque deve cerca de US$ 43
bilhões aos 19 países que compõem o Clube de Paris -quase
US$ 3 bilhões à França, US$ 5,4
bilhões à Alemanha e por volta de
US$ 8 bilhões à Rússia.
Segundo uma autoridade francesa, Baker e Chirac "concordaram em que é importante trabalhar lado a lado na reconstrução
iraquiana". Porém não foram divulgados detalhes da reunião. Ou
seja, não ficou claro se Baker tinha
dado à França uma nova esperança de participar na distribuição
dos lucrativos contratos relacionados à reconstrução iraquiana.
Alemanha e Rússia
Mais tarde, Baker visitou a Alemanha e encontrou-se com o
chanceler (premiê) Gerhard
Schröder e também obteve sucesso. Bela Anda, porta-voz do governo alemão, disse que Berlim
também tinha concordado em
buscar uma redução da dívida.
Apesar disso, segundo Anda, os
detalhes da redução da dívida ainda deverão ser negociados. A Casa Branca saudou a decisão dos
franceses e dos alemães.
Já Iuri Fedotov, vice-chanceler
russo, afirmou, em Moscou, que a
Rússia estaria disposta a discutir o
perdão de parte da dívida iraquiana, mas criticou a exclusão dos
países que se opuseram à guerra
da distribuição de contratos no
Iraque. Anteriormente, Moscou
havia rechaçado um pedido de
perdão da dívida iraquiana feito
por Washington.
Outra frente diplomática privilegiada pelos EUA após a prisão
de Saddam são as negociações, na
ONU, sobre o cronograma de
transferência de poder aos iraquianos (leia texto nesta página).
Com agências internacionais
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