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São Paulo, quarta-feira, 17 de dezembro de 2003

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Israel planejou matar Saddam durante o funeral do tio, em 92

DA REDAÇÃO

Israel planejou assassinar o ex-ditador iraquiano Saddam Hussein num funeral após a Guerra do Golfo (1991), mas a operação foi cancelada após cinco soldados terem morrido durante os preparativos. A informação foi dada anteontem por fontes do Exército israelense.
Os militares israelenses levantaram uma década de censura ao divulgar a história, permitindo que os jornais do país publicassem detalhes do plano dias depois da captura do ex-ditador.
O governo israelense nunca chegou a aprovar o plano, que seria uma retaliação contra os ataques com mísseis Scud iraquianos durante a Guerra do Golfo.
O plano consistia em infiltrar equipes israelenses no território iraquiano, a alguns quilômetros de um cemitério onde estava prevista a presença de Saddam -o enterro seria de um tio que, segundo a inteligência israelense, estava prestes a morrer.
Os soldados então disparariam um míssil inteligente especialmente adaptado com uma pequena câmara em seu "nariz", o que permitiria direcioná-lo para atingir Saddam em meio à hipotética multidão de assessores, familiares e guarda-costas.
A operação, no entanto, foi cancelada depois que cinco soldados foram mortos por um míssil em um ensaio do plano no sul de Israel, em 5 de novembro de 1992.
O plano foi elaborado logo após a guerra, quando dezenas de mísseis iraquianos atingiram cidades israelenses.
Na época, Israel ficou sob intensa pressão dos EUA, seu principal aliado, para não responder aos ataques. Analistas militares, no entanto, acreditavam na época que essa decisão seria interpretada como um sinal de fraqueza de Israel diante dos adversários.


Com agências internacionais

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