São Paulo, quinta, 17 de dezembro de 1998 |
Próximo Texto | Índice Clinton bombardeia Iraque, e Câmara pode adiar votação de impeachment
das agências internacionais Os Estados Unidos lançaram ontem um ataque militar contra o Iraque. A operação "Raposa do Deserto" (Desert Fox) começou com bombardeios contra a capital, Bagdá, e regiões ao norte e ao sul do país. O presidente Bill Clinton ordenou o ataque em retaliação à falta de cooperação do regime de Saddam Hussein com inspetores de desarmamento da ONU. O premiê do Reino Unido, Tony Blair, disse que a ação conjunta norte-americana e britânica buscava evitar "vítimas civis". Até as 20h45 de Brasília, não havia informações sobre vítimas. O ataque ocorreu na véspera da data marcada para votação do impeachment de Clinton pela Câmara dos Representantes (deputados). A votação deve ser adiada, segundo a rede de TV norte-americana CNN. Na terça-feira, um relatório da ONU havia acusado o regime iraquiano de bloquear o prosseguimento das inspeções que buscam impedir que o Iraque mantenha armas de destruição em massa. O Iraque está sob embargo econômico desde a invasão do Kuait (1990), que provocou a Guerra do Golfo (1991). O fim das sanções depende de um parecer favorável dos inspetores sobre o desarmamento. O governo iraquiano acusa os inspetores da ONU de seguirem as orientações do governo norte-americano, de prolongar as inspeções para evitar o fim das sanções econômicas. O ataque começou à 1h10 da madrugada de hoje em Bagdá (20h10, horário de Brasília). As baterias antiaéreas iraquiana responderam ao fogo. O alarme contra ataques aéreos soou na capital iraquiana à 0h20. Nos primeiros minutos depois do início do ataque, os EUA ainda não haviam divulgado detalhes da operação. Versões não-confirmadas falavam no uso de aviões, além de mísseis. A Casa Branca havia dito que um ataque contra Saddam Hussein seria "o mais substancial" desde a Guerra do Golfo. Próximo Texto | Índice |
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