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AS CRISES
Presidente iraquiano anunciou estratégia de defesa poucas horas antes do início de ataque dos Estados Unidos
Saddam afirma que vai "lutar com fé"
das agências internacionais
O governo iraquiano anunciou
ontem que vai lutar "com fé e com
a ajuda de Deus" contra as forças
norte-americanas e britânicas.
Após reunião entre as autoridades de Bagdá, comunicado do governo direcionado aos cidadãos
iraquianos disse que "os EUA e o
Reino Unido querem levar a cabo
uma agressão contra o Iraque para
atingir sua ambição de ter todas as
nações árabes a seus pés".
"Com ajuda de Deus, vamos impedir que eles (norte-americanos e
britânicos) consigam seu objetivo", anunciou o comunicado divulgado antes do ataque.
²
Estratégia
Após a reunião, o presidente iraquiano ordenou a criação de quatro comandos regionais para organizar a defesa de seu país frente aos
bombardeios.
O decreto presidencial emitido
ontem dividiu o país, pela primeira
vez desde a Guerra do Golfo (1991),
nas regiões Norte, Sul, Província
Central (que inclui a capital, Bagdá) e Eufrates Central.
Tarek Aziz, vice-premiê iraquiano, afirmou que o objetivo da retirada dos inspetores da Unscom do
Iraque é simplesmente "justificar a
agressão militar dos EUA e do Reino Unido contra seu país".
Antes dos ataques, o governo da
Rússia reiterou sua posição de vetar o uso da força e tentou evitar os
bombardeios. O ministro das Relações Exteriores, Igor Ivanov, acusou o chefe da Unscom de "abuso
de autoridade" ao dizer que o Iraque não cumpriu sua promessa de
colaborar com a ONU.
Uma reunião de emergência do
Conselho de Segurança das Nações
Unidas foi convocada, mas, após
as notícias do bombardeio, o encontro foi interrompido.
²
Indiferença
Nas ruas de Bagdá, não havia sinais de pânico entre os iraquianos
antes do ataque. Acostumados
com guerras desde os anos 70, seus
moradores aparentavam indiferença à possibilidade de novo ataque norte-americano ao país.
"Nós não tememos mais nada",
era uma das frases ouvidas nas
ruas, segundo a agência de notícias
"Reuters".
"Nosso povo está passando fome
há oito anos. O que pode significar
mais uma guerra?", questionava
um comerciante de Bagdá.
Desde 1990, quando o Iraque invadiu o Kuait, a ONU impõe sanções ao governo de Bagdá.
Os únicos sinais de intranquilidade na capital eram as longas filas
de carros nos postos de gasolina.
Só com a possibilidade de bombardeios, o preço do barril de petróleo subiu de US$ 11,50 anteontem para US$ 12,25 ontem em Nova York.
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