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SOB NOVA DIREÇÃO / FESTA DA POSSE
Milhares, sob frio, esperam pelo trem de Obama
Presidente eleito pede união
na viagem com vice à capital
DE WASHINGTON
Sob um frio que foi de -5º
Celsius a -11º Celsius, o presidente eleito Barack Obama iniciou sua viagem de trem da Filadélfia, na Pensilvânia, em direção a Washington pedindo
mais união à população. "Agora, é nossa vez de nos reerguermos, alcançarmos a promessa
de um dia melhor e realizarmos
o trabalho duro de aperfeiçoar
nossa união mais uma vez", disse, em uma das paradas.
"Acredito que nosso futuro é
nossa escolha, e que se nos reconhecermos nos outros e nos
unirmos -democratas, republicanos, independentes, Norte, Sul, Leste e Oeste, branco,
negro, latino, asiático, americanos nativos, gays e heterossexuais, deficientes físicos ou
não", discursou, "então não só
vamos restaurar a esperança e a
oportunidade em lugares que
abriram mão de ambas como
talvez, apenas talvez, poderemos aperfeiçoar nossa união."
Em Wilmington, Delaware,
berço político do futuro vice-presidente, Joe Biden embarcou no "Expresso Obama" com
a família. Ali, como em cada parada, o presidente eleito era
aplaudido por milhares de pessoas. Numa das cidades, enquanto esperavam a passagem
do trem, organizadores davam
aula de aeróbica para tentar esquentar o público que saiu de
casa num sábado gelado.
Entre os presentes, Douglas e
Gwen Parker, o executivo chefe
da U.S. Airways e sua mulher.
Um jato da empresa área fez
um pouso de emergência sem
vítimas no rio Hudson, em Nova York, na quinta-feira, e Obama ligou no sexta para cumprimentar o piloto. "Nós queríamos estar aqui", disse a obamista Gwen, que contou que a família havia ultrapassado uma
divisão política para a ocasião
-seu marido votou no republicano John McCain.
A viagem dá início a uma celebração que durará quatro
dias, até a posse, na terça-feira.
Hoje, um megashow no Lincoln Memorial, na capital norte-americana, toma o dia inteiro e deve reunir milhares em
apresentações que vão de Bono, Beyoncé e Shakira a Bruce
Springsteen.
Regras de interrogatório
Ontem ainda, assessores do
democrata vazaram à imprensa
que o presidente eleito pretende fazer de uma de suas primeiras medidas obrigar a CIA, a
agência de inteligência norte-americana, a seguir as mesmas
regras de interrogatório das
Forças Armadas dos EUA, que
seguem as leis internacionais.
Nos anos Bush, memorandos
legais preparados com a
aquiescência do presidente republicano estabeleceram um
jogo de regras especial para interrogatório pelos agentes, o
que deu margem ao uso de técnicas como o "waterboarding",
considerado tortura pelo secretário da Justiça de Obama, Eric
Holder.
(SÉRGIO DÁVILA)
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