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Ex-Província celebra com tiros, fogos e bandeiras da Albânia
DA REDAÇÃO
"Está feito! Somos independentes!", gritaram milhares de
albano-kosovares nas ruas de
Pristina ao ouvir o esperado
anúncio, que chegou às 15h49
do domingo (hora local), na voz
do presidente do Parlamento
de Kosovo, Jakup Krasniqi.
Desconhecidos se abraçavam
aos berros de "feliz independência!", enquanto os primeiros fogos de artifício subiam,
ofuscados pela claridade.
Orquestrado há semanas, o
ato foi transmitido pela TV e
por alto-falantes instalados pela rádio pública na avenida Madre Teresa. Lá, onde em junho
de 1999 os kosovares celebraram a retirada das tropas sérvias, bombardeadas pela Otan,
não faltaram imagens do líder
rebelde Adem Jashari e de
Ibrahim Rugova, eleito presidente da Província sob mandato da ONU, em 2006. A onipresente bandeira vermelha da Albânia dividia espaço com a norte-americana.
"Conseguimos!", gritou a jornalista albano-kosovar Rina
Meta, 22. "É tão estranho para
a minha geração ver a história
passar diante dos nossos
olhos", disse, antes de ser abraçada pelo músico Oreste Nimani, 34, aos pulos. "Não sei se devo chorar ou rir. Espero este
momento há muito tempo",
contou o rapaz, exultante.
As comemorações também
tiveram momentos de tensão.
Segundo a polícia, quatro pessoas, incluindo um menino de
11 anos e outro de 12, ficaram
feridas por tiros durante os festejos na avenida Madre Teresa.
Não se tratava, porém, de conflitos ou ataques de minorias
preteridas: as salvas de tiros,
com as quais alguns kosovares
celebraram a independência,
provocaram uma enxurrada de
balas perdidas, que Pristina
não enfrentava desde o fim dos
conflitos, em 1999.
Minoria sérvia
Alguns albano-kosovares
saudavam estrangeiros em inglês e francês, com "merci!" e
"hello!", para agradecer pelo
apoio. Ao contrário da tentativa
de declarar independência em
1999, duramente reprimida por
Belgrado e reconhecida apenas
pela Albânia, o ato conta com a
simpatia de países como EUA,
Reino Unido e França. Nenhum deles, porém, acatou formalmente ainda a decisão.
No norte de Kosovo, bandeiras da Sérvia tremulavam sob
um vento gelado, marcando a
irredutível presença eslava.
Não houve tumultos generalizados. Os sérvios -ocupantes
históricos do território e cerca
de 7% dos kosovares- se esforçaram para ignorar as barulhentas comemorações dos vizinhos. Transformados em minoria no novo Estado, eles temem perseguições.
Houve episódios isolados de
violência, sem vítimas. Duas
granadas foram lançadas contra o escritório civil da União
Européia, mas não explodiram.
Um tribunal da ONU na região
também foi alvejado. Uma pequena explosão danificou um
muro do prédio, mas ninguém
ficou ferido.
Com agências internacionais
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