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EUA estão cautelosos, e russos querem que ONU anule decisão
DA REDAÇÃO
Foi com estudada cautela
que os Estados Unidos reagiram ontem à declaração unilateral de independência da Província sérvia de Kosovo, sem,
no entanto, fechar as portas para que estejam entre os primeiros a reconhecer o novo Estado.
A prioridade era a de, aparentemente, nada fazer que possa
ser interpretado pela Rússia ou
pelos sérvios como um ato diplomático de provocação.
Nota do Departamento de
Estado afirma que o governo
americano considera positiva a
disposição kosovar de assegurar os direitos das minorias étnicas -7% da população do território é sérvia- e diz que discutirá o assunto com seus parceiros europeus.
O presidente George W.
Bush, que estava ontem na
Tanzânia, disse que seu governo faria de tudo para evitar novos conflitos nos Bálcãs.
Rússia na ONU
A Rússia convocou ontem o
Conselho de Segurança para invalidar a independência de Kosovo, numa reunião que terminou sem consenso. A delegação
de Moscou procurava apenas
marcar posição. Três outros
membros permanentes do órgão, os EUA, o Reino Unido e a
França, que têm poder de veto,
concordam com a independência e estarão entre os primeiros
a reconhecer o novo Estado.
O embaixador russo na ONU,
Vitaly Churkin, disse estar
preocupado com a integridade
da minoria sérvia em Kosovo.
Em Bruxelas, a União européia e a Otan, aliança militar
ocidental, também lançaram
apelos à calma, temendo confrontos semelhantes aos que
ocorreram nos anos 90, após o
colapso da Iugoslávia.
"Não estamos numa corrida
para saber quem reconhecerá
em primeiro lugar o novo país",
disse o ministro sueco das Relações Exteriores, Carl Bildt,
para quem é preciso calma numa região bastante volátil.
Apelo ao comedimento
O comissário para relações
externas da UE, o espanhol Javier Solana, disse estar em contato com os governantes do
bloco para que todos priorizem
a segurança e a estabilidade.
"Estou convencido de que os
governantes kosovares exercerão suas responsabilidades
nesse momento crucial."
O secretário-geral da Otan,
Jaap de Hoop-Scheffer, disse
que sua organização, que mantém 16 mil homens em Kosovo,
"exorta a todos a atuar com o
máximo comedimento".
O ministro do Exterior da Eslováquia distribuiu declaração
em que afirma não ter a intenção de reconhecer o novo país.
Posição idêntica, na UE, é compartilhada por Grécia e Romênia (próximas dos Bálcãs), Espanha (que teme o precedente
para os nacionalistas bascos e
catalães) e Chipre (que rejeitaria a independência de sua comunidade etnicamente turca).
A União Européia já deu até
agora a Kosovo US$ 2,9 bilhões
e dará US$ 484 milhões nos
próximos três anos.
Com agências internacionais
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