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ATENTADOS EM MADRI
Reino Unido e EUA criticam posição espanhola; grupo que reivindicou ataques anuncia "trégua"
Para Zapatero, ocupação do Iraque é "fiasco"
DA REDAÇÃO
O futuro premiê da Espanha,
José Luis Rodríguez Zapatero,
disse ontem que a ocupação do
Iraque "está se tornando um fiasco" e reafirmou a intenção de retirar os 1.300 soldados espanhóis
que estão no país se a ONU não
assumir o controle das operações
no país a partir de junho.
"Combater com bombas e mísseis Tomahawk não é a maneira
de se derrotar o terrorismo. O terrorismo é combatido pelo Estado
de Direito. É o que eu acho que a
Europa e a comunidade internacional precisam debater", disse o
líder do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) a uma rádio.
O diário árabe "Al Hayat", editado em Londres, recebeu fax em
que as Brigadas dos Mártires de
Abu Hafs al Masri, que reivindicaram os ataques de quinta-feira
passada, anunciam a interrupção
das "operações em território espanhol contra objetivos civis".
No fax, o grupo islâmico diz que
"o povo espanhol elegeu a paz" ao
tirar o PP (Partido Popular) e José
María Aznar do poder. As brigadas supostamente anunciaram
uma trégua temporária enquanto
aguardariam as orientações do
novo governo espanhol.
Já o jornal "Al Quds Al Arabi",
também editado na capital britânica, publicou hoje um comunicado atribuído conjuntamente à
Al Qaeda e às Brigadas dos Mártires de Abu Hafs al Masri. A nota
cita o Japão, a Itália, o Reino Unido e a Austrália como futuros alvos de atentados terroristas:
"Nossas brigadas se preparam
agora para um novo golpe".
"Grave erro"
O subsecretário da Defesa dos
EUA, Paul Wolfowitz, disse que
ficou "desconcertado" com as declarações de Zapatero e afirmou
que a ocupação não foi um fiasco
"para os cerca de 25 milhões de
iraquianos". "Cometem um grave
erro se pensam que o terrorismo
os deixará tranqüilos se simplesmente se retirarem do Iraque."
Perguntado sobre qual seria sua
reação se o presidente americano,
George W. Bush, pedisse que reconsiderasse a decisão de sair do
Iraque, Zapatero afirmou: "Vou
escutar o sr. Bush, mas minha posição é bastante firme e clara".
Durante a campanha, Zapatero
prometeu retirar as tropas do Iraque e disse que torcia por uma vitória do virtual candidato democrata, John Kerry, nas eleições
presidenciais americanas.
No Parlamento do Reino Unido, o premiê Tony Blair também
reagiu às declarações de Zapatero.
"A idéia de que se desistíssemos
da questão do Iraque seria o fim
do problema é completamente ingênua." Para Blair, os ataques de
Madri, que mataram 201 pessoas,
mostram que ou a comunidade
internacional enfrenta o terrorismo ou será derrotada por ele.
"Quando as pessoas falam que os
ataques recentes são uma retaliação, deveriam reconhecer que o 11
de Setembro foi um ataque não
provocado e que esses fanáticos
não pararão diante de nada."
O ministro das Finanças do Reino Unido, Gordon Brown, anunciou que o país vai destinar 6 bilhões de libras (cerca de R$ 32 bilhões) para o combate ao terror.
Com agências internacionais
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