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ORIENTE MÉDIO
Choques já deixaram ao menos 24 mortos na última semana
Síria intensifica repressão
a distúrbio curdo no país
DA REDAÇÃO
Enfrentamentos na última semana na Síria entre curdos e forças do regime do ditador Bashar
al Assad já deixaram pelo menos
24 vítimas -17 curdos, quatro
árabes e três policiais. Fontes curdas na Europa falam em mais de
cem mortos e 2.000 detidos.
A autonomia da minoria curda
no Iraque está fazendo com que
os curdos na Síria lutem por mais
direitos no país e pode ter reflexos
também no Irã e na Turquia. Em
todos esses países os curdos são
minoritários e sofrem repressão
dos governos.
No norte do país, as forças de segurança da Síria intensificaram
ontem a repressão contra a minoria curda. Ao menos oito curdos
morreram.
A violência eclodiu na última
sexta-feira antes de uma partida
de futebol envolvendo uma equipe curda e uma árabe na cidade de
Qamishli (norte da Síria).
"Os curdos na Síria estão sob
muita pressão. O que está ocorrendo na Síria pode ser considerado uma guerra contra os curdos",
disse Abdel Baqi Yousef, secretário-geral do Yikiti, um dos grupos
curdos mais ativos na Síria.
Há 1,5 milhão de curdos na Síria, um país de 18, 5 milhões de
habitantes. O regime não reconhece os curdos como uma minoria e sempre combateu qualquer
iniciativa por autonomia, como a
Turquia e o Irã. Os curdos da Síria, segundo analistas, estão se espelhando nos do Iraque, onde
desfrutam de ampla autonomia
desde o início dos anos 1990, protegidos pelos EUA do então ditador Saddam Hussein.
"Algumas forças estrangeiras
estão tentando se beneficiar desses eventos [dos enfrentamentos]", disse o vice-presidente sírio,
Abdul-Halim Khaddam, em uma
referência indireta aos EUA. Lideranças curdas negaram que os
americanos estejam envolvidos.
O porta-voz do Departamento
de Estado dos EUA Adam Ereli
pediu o fim da repressão síria: "Os
cidadãos de origem curda têm
protestado para conseguir direitos iguais [aos árabes]. As autoridades não só mataram e feriram
os manifestantes, como também
afetaram o cotidiano das cidades
de maioria curda". Os EUA devem impor nos próximos dias
sanções à Síria, disse ontem o subsecretário de Estado americano
Richard Armitage. Ele acrescentou que Assad "está numa encruzilhada" e deve decidir se apóia ou
combate o terrorismo. Damasco
nega apoiar o terrorismo.
Os choques de ontem chegaram
a Aleppo, segunda cidade do país.
Informações não confirmadas dizem que até mesmo em Damasco
teria havido enfrentamentos.
Iraque, Síria e Irã temem que os
mais de 20 milhões de curdos da
região tentem formar um país
próprio. A Constituição provisória do Iraque concede grande autonomia aos curdos, apesar de
protestos de outros setores iraquianos.
Com agências internacionais
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