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Solitário, Cho escreveu textos "perturbadores"
Chris Keane/Reuters
![](../images/e1804200701.jpg) |
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Estudantes do Virginia Tech choram em to fúnebre; rumores sobre Cho e suas motivações pipocam no campus da universidade
DO ENVIADO A BLACKSBURG
No livro de formatura de sua
escola de segundo grau, na cidade de Centreville, na Virgínia, a foto do estudante sul-coreano Cho Seung-hui quase
não chama a atenção, a não ser
pelo aspecto casmurro do jovem. São duas outras as fotos
que saltam aos olhos. Numa delas, aparece Reema Samaha, cabelos pretos presos. Em outra,
Emily Hilscher.
O que as une é o fato de ambas terem sido mortas na manhã de anteontem. Emily pode
ter sido a vítima número 1,
morta perto das 7h da manhã
num dormitório. Reema foi assassinada por Cho no prédio de
engenharia, duas horas depois,
segundo a polícia.
Nascido na Coréia do Sul há
23 anos, nos EUA desde 1992,
estudante do quarto ano da
Universidade de Virgínia, com
especialização em inglês, filho
de um casal de sul-coreanos
que falam pouco inglês, moram
e são donos de uma tinturaria
na cidade de Centreville.
Pessoas que tiveram algum
contato com Cho ou dizem ter
tido vieram a público e começaram a ajudar a traçar um perfil
mais abrangente dele -para
muitos, "um solitário".
Segundo um carteiro de Centreville, Rod Wells, a família é
"muito quieta, muito educada.
Sempre com um sorriso no rosto". Já Abdul Shash, um vizinho
da família, afirmou que Cho
"estava sempre sozinho".
Um colega de quarto de Cho
no dormitório da universidade,
Joe Aust,19, o descreveu como
"muito, muito quieto e um pouco esquisito", mas disse que
nunca imaginaria que ele pudesse cometer um crime como
esse. Aust afirma que nunca o
viu com namorada ou amigos.
Segundo a professora Lucinda Roy, que leciona escrita criativa, alguns dos textos de Cjo
com os quais ela teve contato a
fizeram prestar mais atenção
no aluno, e não pelo aspecto positivo. "Eram perturbadores",
disse à emissora CNN. Em vez
de informar as autoridades, a
professora afirmou que preferiu passar a lhe dar aulas particulares. Ao fim de um período
em que Cho cumpriu todas as
tarefa, Roy recomendou que ele
buscasse ajuda psicológica.
Duas peças atribuídas ao aluno foram descobertas pelo site
"The Smoking Gun". O personagem principal de uma delas,
"Richard McBeef", acusa o padrasto de molestá-lo e promete
se vingar o matando. A peça
termina com a morte de uma
criança. Já "Mr. Browstone" é
sobre um professor de matemática sádico, odiado por três
estudantes castigados por ele.
A certa altura, um deles diz:
"Quero matá-lo. Quero vê-lo
sangrar".
Ontem ainda, veio a público
um depoimento policial que
descreve um papel encontrado
junto ao corpo de Cho: nele, há
uma ameaça de bomba parecida com outras duas que a polícia do campus recebeu nas últimas três semanas.
No dormitório em que passava algumas noites, a polícia teria encontrado outro papel.
Uma carta, em que Cho se queixaria dos garotos "ricos, festeiros e charlatões" da universidade e afirma que foram eles que
"causaram a tragédia".
(SD)
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