São Paulo, quarta-feira, 18 de abril de 2007

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Convivência entre estudantes é pacífica, dizem brasileiros

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Alunos e pesquisadores brasileiros do Virginia Tech ouvidos pela Folha afirmam que a convivência entre estudantes de diferentes nacionalidades é pacífica. A possibilidade de retaliação à comunidade sul-coreana (nacionalidade do autor dos ataques, Cho Seung-hui) é apontada por eles como improvável.
Para a pesquisadora do laboratório de bioquímica, Patrícia dos Santos, 30, "o que aconteceu foi uma fatalidade". "As pessoas ficaram comovidas, mas estão dizendo que gostam do lugar, que vestem a camiseta, que não vão embora", diz.
Radicada na Virgínia há seis anos e meio, a porto-alegrense afirma que o fato de o autor dos ataques ser sul-coreano não mudará as relações entre estrangeiros no campus. "A gente anda bastante com brasileiro porque tem mais afinidade. Mas anda também com gente de outras nacionalidades", diz.
Para o doutorando em engenharia elétrica Adriano Cardoso, 30, "o povo vai saber que foi uma pessoa, não uma comunidade inteira [que cometeu os ataques]".
Morando em Blacksburg há seis meses, o estudante natural de Ilha Solteira (658 km de São Paulo) diz que sai com brasileiros freqüentemente.
"É mais fácil a gente trocar idéia com brasileiro, assim como é normal ver coreano conversando com coreano. Mas como os laboratórios abrigam gente de todo o mundo, não tem muita segregação não."
Mesmo que as afinidades culturais falem mais alto, Adriano diz que o fato de estarem em uma mesma universidade é o que une os estudantes. "O pessoal, quando vem para cá, geralmente adota o padrão americano de se vestir, de comer. Não existe muita diferença entre brasileiros e coreanos, por exemplo."
Francisco Müller, 27, doutorando em engenharia elétrica, reforça a afirmação. "Não há muita discriminação por aqui. Vejo professores chineses com sotaque horrível, mas eles ensinam aqui, um lugar difícil de entrar. É mais uma questão de mérito, não de nacionalidade."
(DANIELA ARRAIS)


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