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Cho comprou pistola por US$ 571
Sul-coreano tinha recibo de uma das armas, adquirida a 70 quilômetros do campus; transação foi legal
Caso traz de volta debate sobre permissividade da legislação americana quanto ao comércio e porte de armamentos no país
DA REDAÇÃO
Cho Seung Hui gastou US$
571 para adquirir uma pistola
Glock 19 e a munição apropriada numa loja de armas em Roanoke, a cerca de 70 quilômetros
do campus do Virginia Tech. A
pistola foi uma das duas armas
que a polícia encontrou com
Cho -a outra era uma pistola
Walther .22. O recibo também
estava com o estudante.
O dono da loja onde a mercadoria foi adquirida, John Markell, confirmou que a vendeu
para Cho no mês passado. "Não
sei nada sobre ele. Eu só vendi a
arma", disse Markell, acrescentando que o estudante apresentou três tipos de identidade -a
carteira de motorista, um talão
de cheques e o Green Card-,
passou por todas as checagens e
levou a pistola em 20 minutos.
Apesar das diferenças nos
Estados, a legislação federal
dos EUA estabelece que uma
pessoa de 21 anos ou mais pode
comprar uma arma de um vendedor licenciado; não é preciso
permissão. Para pessoas de 18 a
20 anos, há restrições quanto
ao calibre e ao tipo das armas
que podem ser adquiridas, mas
fuzis e escopetas estão entre as
liberadas. E, claro, há casos em
que a compra de armas é vedada -por exemplo, a fugitivos da
Justiça e imigrantes ilegais.
Como Cho, que era sul-coreano, era imigrante legal, ele
tinha os mesmos direitos de
porte de qualquer americano.
Segunda Emenda
Nas contendas políticas e jurídicas sobre as armas, os defensores da dita liberdade de
possuir armamentos alegam
que a Segunda Emenda à Constituição do país garante a todos
os cidadãos americanos o direito de carregar armas. Criada
em 1789, a emenda estabelece
que "uma bem controlada milícia sendo necessária à segurança de um Estado livre, o direito
do povo de ter e carregar armas
não deve ser infringido".
À frente dos debates sobre o
controle de armas nos EUA estão, de um lado, a NRA (Associação Nacional do Fuzil, da sigla em inglês), cujo lema é "As
armas não matam, gente mata".
Com cerca de 4 milhões de sócios e um orçamento de aproximadamente US$ 180 milhões
anuais, a NRA faz um poderoso
lobby no Congresso e defende a
posse de armas com as mínimas restrições possíveis.
Em março deste ano, a Justiça derrubou uma proibição, vigente em Washington, de as
pessoas manterem armas em
casa. A decisão da Justiça foi a
aceitação de uma apelação feita
por John Ashcroft, primeiro secretário de Justiça do governo
Bush, argumentando que a Segunda Emenda garante constitucionalmente o direito de posse de arma ao indivíduo.
Do outro lado estão ONGs
como a Brady Campaign to
Prevent Violence (Campanha
Brady para a Prevenção da Violência), comandada por Jim
Brady, ex-chefe de imprensa do
governo Ronald Reagan. Brady
está numa cadeira de rodas
desde o atentado frustrado ao
então presidente Reagan, em
1981. Segundo pesquisa Gallup
feita no ano passado, 56% dos
americanos são favoráveis a
restringir o porte de armas.
No Estado da Virgínia é permitida a posse de armas sem licença. Uma licença chamada
Concealed Handgun Permit é
necessária caso a pessoa queira
portar a arma escondida, ou,
como definido legalmente, "em
um local em que a arma esteja
ao alcance da pessoa sem que
seja necessário a ela fazer um
movimento claro para pegá-la"
-como sob o banco do carro.
Com agências internacionais
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