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Esquerdista falta a debate, e mediador o chama de "covarde"
DO ENVIADO A ASSUNÇÃO
Ao desistir de última hora de
participar do último debate entre os candidatos a presidente
do Paraguai, realizado ontem à
tarde em Assunção, o ex-bispo
católico Fernando Lugo, líder
nas pesquisas para vencer a
eleição deste domingo, foi alvo
dos adversários e do mediador
do encontro, um dos comunicadores mais populares do país.
Horas antes do início do debate, Lugo enviou uma carta ao
radialista e apresentador de TV
Humberto Rubín alegando que
o tom a que chegou a campanha
nos últimos dias -o governo o
associa a terroristas e seqüestradores e difunde a versão de
que baderneiros de outros países vão ao Paraguai para tumultuar o processo eleitoral- inviabilizava sua participação.
"Não há neste momento condições políticas para participar
de um encontro com tais características. Os cidadãos e cidadãs paraguaias merecem todo o
respeito, um respeito que tem
sido vulnerado sistematicamente nos últimos dias da campanha", diz a carta, assinada pelo chefe da campanha de Lugo,
Miguel Ángel Perito López.
Rubín não perdoou. Ao vivo,
chamou Lugo de "covarde", "irresponsável" e "estelionatário"
e disse que havia mais de 5.000
pessoas trabalhando no debate.
"Isso reflete a sua falta de maturidade e nos leva a pensar o
que realmente pode acontecer
ao nosso país se ele vencer as
eleições", completou. Diretor
da rádio Ñanduti, a principal
emissora AM do Paraguai, Rubín é respeitado e tido como
politicamente independente.
Participaram do encontro
Blanca Ovelar, do Partido Colorado, o general reformado Lino
Oviedo, da Unace, e o empresário Pedro Fadul, do partido Pátria Querida. Além de críticas à
ausência de Lugo, o debate foi
marcado pela discussão sobre a
hidrelétrica de Itaipu, na qual
Brasil e Paraguai são sócios.
(FV)
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