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"Brasil é fera a ser combatida", afirma Garcia
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O assessor internacional
da Presidência da República,
Marco Aurélio Garcia, disse
ontem que o Brasil se tornou
"a fera a ser combatida" na
eleição do Paraguai. Ao menos dois dos principais candidatos defendem a revisão
do preço pago pela energia
da usina de Itaipu.
"Se algum candidato não
disser que vai pedir a revisão
do Tratado de Itaipu, pode ir
pra casa", disse Garcia em
audiência na Câmara.
Indagado minutos depois,
em entrevista, se o governo
brasileiro tratava as promessas dos candidatos paraguaios como peças de campanha, Garcia respondeu:
"Não é avaliação só do governo brasileiro. É do governo brasileiro e da torcida do
Flamengo, todo mundo sabe.
Acho que é uma demanda legítima, não estou com isso
tentando desqualificar."
Os candidatos Fernando
Lugo e Blanca Ovelar defendem a revisão do preço dos
recursos gerados por Itaipu,
um empreendimento binacional. Ao responder questionamentos de deputados,
Garcia ressaltou que o Palácio do Planalto já vem discutindo medidas para elevar o
aproveitamento da energia
no país vizinho.
Garcia ainda criticou ontem os métodos "repugnantes" utilizados pelas Farc, como o seqüestro de civis. Segundo ele, após a morte do
porta-voz Raúl Reyes, no
mês passado, apenas o presidente Hugo Chávez, que possui um estilo "exuberante",
consegue manter a interlocução com a guerrilha.
"Temos uma posição de independência, de não-interferência, mas também de não-indiferença. Lamentavelmente não temos contatos
com o lado de lá [das Farc]."
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