DA REDAÇÃO

Autoridades sul-africanas confirmaram ontem que um navio chinês carregado com armas e munição destinados ao governo do Zimbábue está atracado no porto de Durban, elevando tensões diplomáticas e temores de violência no país vizinho. A China é um aliado de Harare.
O Zimbábue ainda não divulgou os resultados da eleição presidencial do último dia 29 de março. O partido de oposição Movimento pela Mudança Democrática (MDC) afirma que venceu a presidencial e que a demora em divulgar o resultado equivale a golpe de Estado do ditador Robert Mugabe, há 28 anos no poder.
"Devido à alta probabilidade de as armas serem usadas (...) para atacar civis e suprimir a democracia, pedimos ao governo sul-africano que impeça seu transporte para o Zimbábue", pediu a Iansa (Rede Internacional de Ação contra Armas de Pequeno Porte, na sigla em inglês).
A situação aumenta a pressão contra a Áfica do Sul, cujo presidente, Thabo Mbeki, é criticado por seu apoio a Mugabe. Ontem, em notável mudança de tom, ele emitiu nota exigindo a divulgação dos resultados da eleição.
O Zimbábue ainda acusou ontem o líder do MDC, Morgan Tsvangirai, de traição, por suposta conspiração com o Reino Unido (ex-colonizador do país) contra Mugabe.