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Fillon assume como premiê francês
Gabinete deve ser anunciado hoje, com 15 ministros e mulheres nas pastas do Interior e da Justiça
Estilo centralizador do novo
presidente pode reduzir o
poder do primeiro-ministro;
Sarkozy e Fillon se exibem à
mídia em sessão de cooper
France Presse
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Sarkozy (à esq.) e Fillon correm no bosque de Boulogne, Paris; para analistas, eles se completam |
DA REDAÇÃO
Conforme amplamente esperado, o presidente Nicolas
Sarkozy nomeou ontem como
primeiro-ministro da França o
senador François Fillon, 53,
chefe de sua campanha eleitoral, ministro quatro vezes entre
1993 e 2005 e autor de uma reforma da Lei de Aposentadoria.
O novo premiê deverá anunciar hoje a composição de seu
gabinete, com 15 ministérios.
Uma lista de prováveis titulares, publicada ontem pelo "Le
Monde", indica a presença de
seis mulheres.
Entre elas, em postos-chaves, Michèle Alliot-Marie, no
Ministério do Interior (ela foi
até a semana passada ministra
da Defesa), e Rachida Dati, como ministra da Justiça. É filha
de argelinos e foi a porta-voz na
campanha do presidente.
Seriam também mulheres as
titulares do Ensino Superior e
Pesquisa, Saúde e Esporte, fundidos num só ministério, Agricultura e Cultura.
Dois ministérios importantes foram reservados a políticos
que não têm como origem a base de sustentação política do
presidente empossado anteontem. São eles o socialista Bernard Kouchner, que irá para as
Relações Exteriores, e o centrista Hervé Morin, na Defesa.
Ele foi um dos chefes da campanha presidencial do candidato centrista François Bayrou.
As pastas dos Transportes,
Energia e Meio Ambiente seriam fundidas e entregues ao
ex-primeiro-ministro Alain
Juppé. Imigração e Identidade
Nacional, um novo ministério,
iria para Brice Hortefeux, homem de confiança e assessor de
Sarkozy. Estratégia Econômica
e Emprego ficaria com Jean-Louis Borloo, ministro do Trabalho no gabinete anterior.
A lista dos vice-ministros,
chamados na França de secretários de Estado, seria fechada
apenas ontem à noite, em reunião de Sarkozy com Fillon.
Ao assumir a chefia do governo no Palácio Matignon, residência oficial do detentor do
cargo, Fillon afirmou que colocará em execução "todas as
promessas de campanha" do
presidente.
Estilos complementares
Analistas acreditam que o
novo primeiro-ministro será
uma espécie de chefe-de-gabinete de luxo, a serviço de um
presidente excessivamente
centralizador e desacostumado
a delegar poderes.
Desde a Constituição da
Quinta República (1958), o chefe de governo funciona como
um pára-raios do chefe de Estado. Em caso de crise, o primeiro-ministro é substituído, e a
autoridade do presidente sai
bem menos desgastada.
A mídia citou ontem também
o contraste entre Fillon, um
homem calmo e paciente, e o
próprio Sarkozy, que funciona
"com alta octanagem", segundo
a agência Reuters.
Cooper no bosque
Duas horas depois de nomeado, Fillon acompanhou Sarkozy ao bosque de Boulogne,
nos limites de Paris, para uma
corrida de 40 minutos. Repórteres e fotógrafos foram previamente informados, o que gerou
reportagens em que ambos
transmitiram a imagem de pessoas bem-dispostas.
Se fosse para correr, eles poderiam ter escolhido os jardins
do palácio presidencial. Mas a
idéia era a de, aparentemente,
ter a mídia presente, mais ou
menos como acontecia em Brasília, no cooper nas manhãs de
domingo, durante o mandato
do presidente Fernando Collor.
Em 1974 a França elegeu um
presidente mais jovem que Sarkozy. Mas Valéry Giscard d"Estaing era um aristocrata que
mantinha seus exercícios como
agenda privada.
Com agências internacionais
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