São Paulo, sexta-feira, 18 de maio de 2007

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Israel reage a foguetes com ataque a Gaza

Ofensiva aérea contra o Hamas mata dez; violência entre palestinos diminui, mas deixa quatro mortos

DA REDAÇÃO

Israel reagiu ontem e na madrugada de hoje aos foguetes disparados por radicais palestinos contra o seu território com uma nova ofensiva aérea na faixa de Gaza, que deixou dez mortos. Enquanto Israel atacava do ar ontem, no chão os palestinos se enfrentavam pelo sétimo dia consecutivo, deixando mais quatro mortos.
Com esses incidentes, já são pelo menos 50 os mortos na mais recente onda de violência entre as duas principais facções palestinas, a islâmica Hamas e a laica Fatah, iniciada na última sexta-feira.
A retaliação israelense foi motivada pelos foguetes lançados por militantes ligados ao Hamas, no que foi considerada por observadores uma manobra para desviar a atenção dos graves confrontos entre facções palestinas em Gaza. Também houve uma incursão terrestre limitada, com soldados e tanques de Israel ocupando posições perto da fronteira entre o país e o território palestino.
Israel desferiu cinco ataques a alvos do Hamas ontem e mais três hoje de madrugada, em retaliação aos mais de 50 foguetes disparados em três dias. Os ataques de ontem fizeram seis vítimas, já os de hoje mataram quatro. O Hamas reagiu ameaçando retomar as ações terroristas suicidas contra Israel.
Os israelenses já haviam ameaçado uma resposta dura se o disparo de foguetes continuasse. "Hoje Israel disse basta. Israel tomará todas as medidas defensivas para pôr fim ao disparo de foguetes", disse ontem Miri Eisen, porta-voz do governo, num dia em que os ataques do Hamas atingiram uma escola e deixaram dois feridos em Israel.
A entrada em cena de Israel deu nova dimensão ao conflito palestino, ampliando uma crise que se torna ainda mais explosiva com a ameaça do Hamas. "Isso é uma guerra aberta contra o Hamas. Todas as opções estão abertas, inclusive operações de martírio", disse Abu Ubaida, porta-voz do braço armado do Hamas, usando o termo pelos quais os radicais se referem ao terrorismo suicida.
Após várias tentativas frustradas das lideranças palestinas de estabelecer um cessar-fogo, ontem a violência teve queda acentuada na faixa de Gaza. Na quarta-feira, os confrontos entre militantes do Hamas e do Fatah haviam tido seu dia mais sangrento em um ano, com 22 mortos.
A tensão entre os dois grupos, contudo, continuava alta ontem em Gaza. Na TV, no rádio e na internet, membros do Hamas acusavam o Fatah, do presidente Mahmoud Abbas, de conspirar com Israel contra o grupo islâmico.
Embora o governo israelense tenha declarado que não apoiaria nenhum lado na briga palestina, os ataques de ontem tornaram mais difíceis os deslocamentos dos militantes do Hamas, o que pode alterar o equilíbrio de uma disputa que foi claramente desfavorável para o Fatah nos últimos dias.
Em Washington, o governo americano pediu moderação a todos os envolvidos, mas manifestou seu apoio ao direito israelense de se defender dos ataques do Hamas.


Com agências internacionais


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