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AÇÃO TERRESTRE
Para Blair, Otan tem de usar todos os meios, mas EUA e outros países da aliança se opõem à invasão da Iugoslávia
Londres pressiona por envio de tropas
das agências internacionais
O Reino Unido aumentou
ontem a pressão
para que os outros países da
Otan, aliança
militar ocidental, aceitem o
envio de tropas terrestres para
combater na Iugoslávia.
O premiê britânico, Tony Blair,
disse que a Otan tem de usar todos
os meios à disposição para conseguir a vitória contra o ditador iugoslavo, Slobodan Milosevic.
"Não importa o que seja preciso
fazer, temos de vencer, e a política
de selvageria brutal que é a "limpeza étnica" deve fracassar", disse
Blair em visita a Sofia, na Bulgária.
Em uma mensagem claramente
direcionada ao público norte-americano, o premiê afirmou que
a "América mais uma vez tem
mostrado que tem a visão de que a
instabilidade, o caos e o genocídio
no coração da Europa nunca vão
afetar apenas a Europa".
Pesquisa divulgada ontem pela
rede de TV BBC afirma que 52%
dos britânicos apóiam o envio de
tropas à Iugoslávia.
Blair negou que a Otan esteja dividida em relação ao futuro da
ofensiva. Diplomatas franceses,
porém, consideraram a retórica
britânica "perigosa". Os outros
países da Otan também são contra
a invasão. Um dirigente da aliança,
falando em nome dos 19 membros,
disse que soldados só serão enviados quando as tropas iugoslavas
estiverem em retirada.
O chanceler britânico, Robin
Cook, disse em Bruxelas que o envio para Kosovo de tropas, que garantiriam a volta de refugiados,
não precisa de aprovação prévia de
Milosevic. Ou seja, as tropas poderiam ser enviadas antes de um
acordo de paz.
A posição britânica difere da dos
EUA, que por enquanto descartam
a intervenção terrestre.
Segundo a revista "Newsweek",
membros do comando militar dos
EUA enviaram carta ao secretário
de Defesa, William Cohen, afirmando que só o envio de tropas
terrestres pode garantir a vitória.
Cohen negou ter recebido a carta.
O chanceler (premiê) alemão,
Gerhard Schroeder, esteve ontem
em Bari, na Itália, para discutir um
plano de paz elaborado pelo governo do premiê Massimo D'Alema.
Os dois líderes enfrentam pressão
em seus governos para que o ataque à Iugoslávia seja suspenso.
O comandante das tropas iugoslavas responsáveis por Kosovo, general Nebojsa Pavkovic, disse que
as fronteiras do país estão seguras
e que, se a Otan decidir invadir o
país, seus soldados enfrentarão
"um inferno na Terra".
O governo de Montenegro, uma
das Repúblicas que compõem a Iugoslávia, junto com a Sérvia, denunciou ontem a entrada de tropas
do Exército em Cetinje. O governo
da República é pró-Ocidente.
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