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Vídeo reforça elo das Farc com Rafael Correa
Gravação mostra leitura de carta em que líder morto de guerrilha cita doação à campanha de equatoriano
DA ASSOCIATED PRESS, EM BOGOTÁ
Um vídeo de uma hora de duração que a polícia encontrou
no computador de uma suposta
guerrilheira parece eliminar
quaisquer dúvidas de que as
Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) doaram
dinheiro à campanha eleitoral
do presidente Rafael Correa, do
Equador, em 2006.
O vídeo mostra o segundo em
comando da guerrilha colombiana lendo carta do líder do
movimento, Manuel "Tirofijo"
Marulanda, morto no ano passado, que reconhece as contribuições à campanha de Correa.
O vídeo, fornecido à agência
de notícias Associated Press
por um funcionário do governo
colombiano, dá mais peso às
provas obtidas em documentos
eletrônicos tirados de um
acampamento rebelde destruído pelas Forças Armadas colombianas no Equador. Correa
acusou a Colômbia de ter falsificado os documentos.
O promotor público colombiano Hermes Ardila, que comanda a unidade de combate
ao terrorismo, confirmou que o
vídeo foi encontrado em 1 dos 3
computadores apreendidos
quando da detenção de Adela
Perez, 36, "a mais importante
integrante do secretariado das
Farc em Bogotá".
A gravação deve complicar a
já tensa relação entre Colômbia
e Equador. O Equador rompeu
as relações diplomáticas com a
Colômbia depois que tropas colombianas invadiram seu território para atacar o acampamento das Farc.
As imagens mostram o segundo no comando das Farc,
Jorge Briceño, lendo uma mensagem a combatentes das Farc,
em uma clareira na selva.
Briceño começa por informar os combatentes sobre a
morte de Marulanda, em 26 de
março de 2008. Em seguida,
discorre sobre a carta que ele
escreveu dias antes de morrer.
O texto enfatiza a importância
estratégica de "manter boas relações políticas, amizade e a
confiança junto aos governos
da Venezuela e do Equador".
O documento descreve os
"troféus de guerra" obtidos
quando soldados mataram o
número dois das Farc, Raúl Reyes, em uma incursão realizada
em 1º de março de 2008 contra
o acampamento que ele mantinha na selva equatoriana.
Marulanda lamenta que a
Colômbia tenha capturado documentos que comprometem
os rebeldes e seus amigos no
exterior -Correa e o presidente venezuelano, Hugo Chávez.
"Os segredos das Farc foram
completamente perdidos", lê
Briceño. Entre os segredos estão "a assistência em dólares à
campanha de Correa e as subsequentes conversações com
seus emissários". O texto menciona "alguns acordos que são
muito comprometedores com
relação aos nossos amigos".
A carta não menciona a
quantia doada, mas corrobora
outros quatro documentos que
Bogotá alega ter encontrado no
laptop de Reyes. Os documentos discutem uma contribuição
de pelo menos US$ 100 mil à
campanha de Correa.
O ministro da Segurança do
Equador, Miguel Carvajal, negou que o governo Correa tenha "recebido quaisquer contribuições das Farc, com as
quais certamente não mantém
nenhum acordo". Ele disse que,
se for provado que o vídeo é autêntico, seu governo desejará
saber com quem as Farc teriam
estabelecido contato na campanha de Correa.
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