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OUTROS PAÍSES
Afeganistão e Sudão
são casos distintos
da Redação
O Afeganistão e o Sudão, atacados no ano passado pelos EUA
sob acusação de fomentar terrorismo, apresentam formas distintas de fundamentalismo.
O Taleban, grupo que controla
nove décimos do Afeganistão,
não surgiu do descontentamento
popular: é produto de uma guerra
civil com o apoio estrangeiro.
Os afegãos, após a retirada soviética em 1989, viveram com um
regime apoiado por Moscou que
não conseguiu segurar o fracionamento do país em suas diversidade: a minoria xiita brigava com a
maioria sunita, que combatia rebeldes uzbeques.
Esse cenário de desintegração
permitiu que o Paquistão, vizinho
com apetites geopolíticos grandes
na região, fomentasse pequenas
comunidades de estudantes sunitas perto da fronteira afegã.
Eram os talebans (literalmente,
estudiosos do Alcorão, o livro sagrado do islamismo). Com o
apoio paquistanês, se armaram
em 1994 e entraram na guerra pelo poder. Ganharam em 96.
Segundo observadores, o Taleban não é exatamente uma força
popular. Instaurou um regime de
terror com a aplicação distorcida
e extremada da lei islâmica. Mulheres perderam todos os direitos
civis -não têm nem sequer atendimento médico público.
No imaginário ocidental, é um
Irã piorado. A comparação é incorreta, embora em ambos os países haja a aplicação de execuções e
amputações para supostos criminosos. O Irã, na realidade, apóia
as forças anti-Taleban.
No Sudão, país que viveu golpes
militares sucessivos desde a independência, em 1955, a lei islâmica
é prática de Estado desde 1983.
Inicialmente, havia tolerância
para os não-muçulmanos (30%
dos 31 milhões de habitantes são
cristãos ou animistas). Agora há
recrudescimento na imposição
porque os cristão são a principal
força contra o regime.
(IG)
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