São Paulo, Domingo, 18 de Julho de 1999
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TRAGÉDIA NOS EUA
Clã Kennedy viveu pelo menos 12 grandes tragédias desde a morte de Joseph Patrick, em 44
"Maldição" prossegue na família

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
da Sucursal de Brasília

A "maldição de Camelot" prossegue no que parece ser uma interminável lista de tragédias que há duas gerações se abatem sobre a mais famosa família dos EUA.
Camelot era o nome do mítico reino inglês de Arthur, na Idade Média, que durou pouco porque o rei morreu jovem. O mesmo nome foi dado aos mil dias da Presidência de Kennedy.
Em 97, um primo de John Kennedy Jr., Michael, morria aos 39 anos, quando esquiava na véspera do Ano Novo.
Aquela era a 12ª grande tragédia na história dos Kennedy desde a morte de Joseph Patrick Jr., em 1944, em combate na Segunda Guerra Mundial (1939-45).
Foram assassinatos, overdoses, acidentes de automóvel, desastres de avião, sem contar escândalos sexuais, acusações de estupro, divórcios litigiosos, doenças graves.
"Aqueles a quem muito foi dado, muito será exigido", escreveu John Kennedy Jr. em 1998, em artigo para a sua revista, a "George". Estava condenando o comportamento dos primos Mike e Joseph, ambos filhos de Robert.
Joseph, então candidato ao governo de Massachusetts, havia obtido autorização para se divorciar com base em alegações falsas.
Mike, coordenador da campanha de Joseph, fora pego num caso extraconjugal com a babá (de 14 anos) de seus filhos.
Ao contrário da maioria dos primos, "John John" (apelido que odiava) e sua irmã Caroline foram sempre jovens discretos e de quem não se ouviam más notícias. Idolatrado desde pequeno pelos norte-americanos (que se comoveram ao vê-lo saudando o esquife do pai), John nunca os decepcionou.
Teve empregos de pessoa comum até fundar sua revista de "política, mas não do jeito comum", chamada "George".
A publicação não vai bem das pernas. Há indícios de que poderá ser fechada por falta de anunciantes. Mas ela parece ter feito de John, com a mulher, Carolyn Bessette, com quem se casou em 1996, um homem feliz.
Especulações sobre sua possível entrada na vida política sempre existiram. Diversos de seus primos seguiram a vocação natural da família.
John sempre disse que preferia ficar de fora por "inúmeras razões. A principal é que tenho a necessidade de criar uma coisa minha, nos meus termos".
Mesmo assim, as especulações continuavam porque, de vez em quando, ele fazia aparições políticas. Em 1988, por exemplo, seu discurso diante da Convenção Nacional do Partido Democrata foi o mais aplaudido de todos.
Em "George", escrevia sempre um artigo de fundo (sem o Jr. na assinatura) e fazia longas entrevistas com políticos famosos.


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