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Resistência faz parte da luta por posse do petróleo
JUSTIN HUGGLER
DO "INDEPENDENT"
A ocupação liderada pelos americanos vai bastante mal diante de
nossos olhos. Soldados dos EUA
estão morrendo diariamente em
ataques e há anarquia nas ruas.
Hoje, como ontem, americanos
parecem estar encarando um tudo ou nada em outro front -em
seus esforços para reconstruir a
infra-estrutura do Iraque.
Essa ocupação supostamente
deveria se pagar. Tudo o que os
americanos teriam de fazer seria
garantir que as reservas de petróleo fluíssem para fora do país.
O custo da ocupação, sendo
quase todo bancado pelos contribuintes americanos, está fora de
controle. O Pentágono, de modo
conservador, estima esse custo
em US$ 5 bilhões ao mês. Outros
analistas colocaram-no em US$
600 bilhões, ao longo de dez anos.
"A explosão do oleoduto Kirkuk custa à população iraquiana
US$ 7 milhões por dia", disse o
administrador americano, Paul
Bremer. Mas não é apenas aos iraquianos que ele custa. Se os americanos estão aqui, têm de arcar
com o custo de gerir o Iraque.
Os americanos, além disso, estão encarando oposição maciça
dos iraquianos, revoltados por
constantes cortes de energia e carência severa de combustíveis.
Agora eles podem acrescentar a
isso a falta d'água, no meio de
agosto, quando as temperaturas,
durante o dia, chegam a 40 C.
Quando o primeiro incêndio no
oleoduto, que começou na sexta-feira, estava sendo controlado, na
virada da noite, outro começou a
poucas milhas dali. O primeiro
poderia ter sido uma falta de sorte; dois soam mais a sabotagem. O
duto é a principal rota de exportação para o petróleo que sai dos
campos ao norte do país.
Num ataque separado, testemunhas viram dois homens numa
motocicleta deixar algo sobre um
aqueduto minutos antes de uma
explosão no local, ontem.
Isoladamente, a explosão do
aqueduto poderia ter sido uma
bomba que tinha um destino diferente, como um comboio americano, mas que errou o alvo.
Só que, quando os eventos são
vistos em conjunto, parece que
grupos de resistência iraquianos
começaram a alvejar a infra-estrutura do país.
Um motivo para a sabotagem
do oleoduto é simples. Iraquianos
comuns acreditam que os americanos estão aqui para roubar o
seu petróleo enquanto a população encara restrições na oferta de
combustível internamente. Para
eles, atacar o oleoduto é atacar os
esforços americanos para levar o
petróleo para fora do Iraque.
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