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São Paulo, segunda-feira, 18 de agosto de 2003

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Soldado atirou em câmera, diz testemunha

DA REDAÇÃO

O cinegrafista da agência de notícias Reuters Mazen Dana foi morto a tiros ontem, num subúrbio de Bagdá, disseram militares americanos. Uma testemunha ocular afirma que Dana, 43, foi baleado por soldados que estavam num tanque de guerra americano, enquanto gravava imagens nas cercanias da prisão de Abu Ghraib, na zona oeste da capital.
O Exército americano reconheceu depois que seus soldados o colocaram na mira por pensar que ele estava "apontando um lançador de granadas" em sua direção.
Agora, já chega a 17 o número de jornalistas que morreram no Iraque desde que a guerra começou, em 20 de março. Outros dois estão desaparecidos.
As últimas imagens de Dana mostram um tanque dos EUA rumando na direção do cinegrafista, do lado de fora da prisão. Vários disparos vieram do tanque, e a câmera caiu.
No sábado, o presídio foi alvo de um ataque com morteiros. No dia seguinte, jornalistas foram até o local apurar o fato.
O operador de som que estava com Mazen no local, Nael al-Shyoukhi, testemunhou sua morte: "Após filmarmos, entramos no carro e nos preparávamos para deixar o local, quando um comboio liderado por um tanque chegou e Mazen saiu para filmar. Eu o segui. Fomos claramente notados. Um soldado atirou em nossa direção. Deitei-me no chão. Vi Mazen gritar, tocando o peito".
Palestino, Dana Mazen era casado e tinha quatro filhos. Recebeu o Prêmio Internacional de Liberdade de Imprensa em 2001, por seu trabalho em Hebron (Cisjordânia).


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