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Soldado atirou
em câmera, diz
testemunha
DA REDAÇÃO
O cinegrafista da agência de
notícias Reuters Mazen Dana
foi morto a tiros ontem, num
subúrbio de Bagdá, disseram
militares americanos. Uma testemunha ocular afirma que
Dana, 43, foi baleado por soldados que estavam num tanque
de guerra americano, enquanto gravava imagens nas cercanias da prisão de Abu Ghraib,
na zona oeste da capital.
O Exército americano reconheceu depois que seus soldados o colocaram na mira por
pensar que ele estava "apontando um lançador de granadas" em sua direção.
Agora, já chega a 17 o número
de jornalistas que morreram
no Iraque desde que a guerra
começou, em 20 de março. Outros dois estão desaparecidos.
As últimas imagens de Dana
mostram um tanque dos EUA
rumando na direção do cinegrafista, do lado de fora da prisão. Vários disparos vieram do
tanque, e a câmera caiu.
No sábado, o presídio foi alvo
de um ataque com morteiros.
No dia seguinte, jornalistas foram até o local apurar o fato.
O operador de som que estava com Mazen no local, Nael al-Shyoukhi, testemunhou sua
morte: "Após filmarmos, entramos no carro e nos preparávamos para deixar o local,
quando um comboio liderado
por um tanque chegou e Mazen saiu para filmar. Eu o segui.
Fomos claramente notados.
Um soldado atirou em nossa
direção. Deitei-me no chão. Vi
Mazen gritar, tocando o peito".
Palestino, Dana Mazen era
casado e tinha quatro filhos.
Recebeu o Prêmio Internacional de Liberdade de Imprensa
em 2001, por seu trabalho em
Hebron (Cisjordânia).
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