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São Paulo, segunda-feira, 18 de agosto de 2003

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GUERRA AO TERROR

Alvo foi delegacia

Ataque rebelde deixa 22 mortos no Afeganistão

DA REDAÇÃO

Centenas de rebeldes, transportados por um comboio de caminhões, atacaram uma delegacia de polícia no sudoeste do Afeganistão, iniciando uma troca de tiros que matou pelo menos 22 pessoas. Foi uma das maiores demonstrações antigovernamentais em um ano.
O confronto ocorrido na Província de Paktika foi o último de uma onda de violência que ressalta a instabilidade afegã depois que as forças lideradas pelos Estados Unidos derrubaram o governo do Taleban, no final de 2001.
De acordo com Mohammed Ali Jalali, governador da Província, o ataque começou pouco antes da meia-noite de sábado, quando cerca de 400 guerrilheiros, viajando em caminhões, cruzaram a fronteira do Paquistão e atacaram a delegacia de polícia no distrito de Barmal, localizado a cerca de 200 km ao sul da capital do Afeganistão, Cabul.
Com armas pesadas, foguetes e granadas, os rebeldes ocuparam a delegacia com facilidade. Entre 15 e 20 policiais afegãos estavam no local no momento do ataque, e sete deles -incluindo o chefe de polícia distrital- foram mortos, afirmou o governador. Percebendo que não poderiam resistir, os demais fugiram. Jalali informou que de 15 a 20 rebeldes também morreram. O chefe de polícia da Província, Daulat Khan, afirmou que os sobreviventes, na fuga, levaram os corpos.
Os rebeldes ocuparam a delegacia até a manhã de ontem. Segundo o governador, eles destruíram o prédio antes de voltar de caminhão para o Paquistão, cuja fronteira fica a 8 km de distância.
Jalali afirmou que os rebeldes que atacaram a delegacia incluem guerrilheiros do Taleban e combatentes leais ao ex-premiê Gulbuddin Hekmatyar, líder do grupo extremista islâmico Hezb-e-Islami. Ele também acredita que o serviço de inteligência do Paquistão tenha participado da organização do ataque.
Na última quarta-feira, 64 pessoas foram mortas em vários atentados no país, entre eles a explosão de uma bomba em um ônibus, que fez 15 vítimas fatais.
O enviado da ONU ao Afeganistão, Lakhdar Brahimi, solicitou a expansão das forças de paz, formadas por 5.000 pessoas, para assegurar a segurança na capital antes das eleições nacionais, marcadas para junho de 2004.


Com agências internacionais

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