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OPINIÃO DE ANALISTAS
Congressistas só voltam ao trabalho em setembro; eventual desânimo de Hillary poderá ser decisivo
Férias "esfriam' debate sobre impeachment
de Nova York
As consequências políticas do
testemunho do
presidente Bill
Clinton sobre o
caso Lewinsky
só devem ser conhecidas no final de novembro.
Diversos congressistas foram à
TV ontem falar que tudo dependerá não apenas de o que o presidente falou, mas como falou. "Se eu
concluir que o presidente dos EUA
mentiu perante a Corte em um
processo judicial, seria muito difícil se não votasse recomendando o
impeachment", disse o senador
republicano Bill McCollum.
"Eu acho que o Congresso deve
fazer o que é considerado melhor
para o interesse do povo americano. Isso pode ser o impeachment
ou não. Eu, pessoalmente, acredito que não será se ele for acessível,
honesto, falando diretamente com
o povo americano e pedindo perdão", disse o presidente do Comitê Judiciário do Senado, o republicano Orrin Hatch.
No entanto, uma discussão mais
séria sobre impeachment só deverá ocorrer após as eleições para o
Congresso norte-americano. Isso
porque, logo após o depoimento
de ontem, Clinton planejava sair
em férias com sua família. A maioria dos membros do Congresso
também já está em férias, só retornando em setembro.
Após o recesso, o Congresso começa a se preparar para as eleições
de novembro. Como Kenneth
Starr só deverá entregar seu relatório final sobre o caso Lewinsky
ao Congresso daqui a um mês,
uma discussão sobre impeachment pode ficar para depois das
eleições.
Enquanto isso, segundo o professor de ciência política da Universidade de Columbia, Robert
Shapiro, Clinton pode sair desse
testemunho ainda mais enfraquecido perante o Congresso. Mas o
escândalo sexual não deve paralisar o presidente em decisões importantes que poderão ser colocadas em breve, como a aprovação
de um empréstimo para a Rússia.
"A crise na Rússia é um assunto
importante. Ninguém vai tentar
barrar uma decisão do presidente
por causa do escândalo", disse.
Para o analista político William
Schneider, qualquer que seja a decisão a ser tomada os congressistas
terão de olhar os índices de aprovação do presidente por parte da
população, acima de 60% em quase todas as pesquisas.
"Devemos prestar a atenção
agora em Hillary Clinton. Quem
elegeu Clinton e quem mantém alto seus índices de aprovação são as
mulheres, e elas vão seguir o que
Hillary fizer. Claro que ela continuará a apoiar o marido, mas, se
demonstrar um certo abatimento,
haverá um resultado nisso", disse
Schneider à rede de TV CNN.
(ALESSANDRA BLANCO)
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