São Paulo, quarta-feira, 18 de setembro de 2002

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ORIENTE MÉDIO

Extremistas judeus são suspeitos de terem cometido o ataque em Hebron

Bomba fere 5 em escola palestina

DA REDAÇÃO

Uma bomba explodiu ontem em um jardim-de-infância palestino em Hebron, ferindo cinco crianças. A polícia de Israel acredita que o artefato tenha sido plantado por extremistas judeus ou colonos que vivem na cidade.
A explosão aconteceu ao redor das 9h45 (hora local), logo após o fim do recreio. A polícia encontrou e desarmou outra bomba.
No início, algumas rádios israelenses chegaram a informar que as bombas teriam sido escondidas na escola por extremistas palestinos, explodindo acidentalmente. Porém a polícia de Israel descartava essa hipótese.
Hebron é um dos locais mais tensos na Cisjordânia. Na cidade, vivem cerca de 450 colonos judeus, protegidos por forte aparato militar, em meio a mais de 120 mil palestinos. Já aconteceram outros ataques cometidos por extremistas antes. No últimos incidente, em julho, uma menina palestina foi morta a tiros durante o funeral de um soldado israelense.
Colonos e extremistas judeus negaram a autoria do atentado de ontem no jardim-de-infância. Yehoshua Mor-Yosef, porta-voz do Conselho de Colonos Judeus, condenou o ataque à escola. De acordo com ele, foi um ato "imoral e ilegal".
Saeb Erekat, principal negociador da ANP (Autoridade Nacional Palestina), afirmou que a culpa pelo ataque de ontem é do governo israelenses. "Israel não leva para a Justiça nenhuma das pessoas que matam palestinos a sangue frio", afirmou.
Ontem o Exército de Israel demoliu 34 habitações na localidade de Ein Sinya, 6 km ao norte de Ramallah (Cisjordânia).
Elas se encontravam em área sob controle israelense, segundo o governo. Já a ANP disse que a região está sob seu controle.

Quarteto
Em Nova York, membros do "quarteto" discutiram uma proposta de paz para o Oriente Médio que prevê inicialmente a retirada de Israel dos territórios palestinos em troca de uma ampla reforma na ANP e eleições gerais palestinas. Fazem parte do "quarteto" os EUA, a Rússia, a ONU e a União Européia.
Estiveram presentes ao encontro o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, o secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Igor Ivanov, e autoridades européias.
Segundo Annan, após a primeira etapa ser cumprida, com a retirada israelense, a reforma na ANP e as eleições no início do ano que vem, haverá duas novas fases.
Ainda no próximo ano, haverá "um foco na opção de criar um Estado palestino com fronteiras provisórias e baseado em uma nova Constituição", disse o secretário-geral da ONU.
Esse Estado com fronteiras provisórias servirá de base para um acordo final por meio de negociações que se estenderiam entre 2004 e meados de 2005.
Para Annan, no atual momento, enquanto os palestinos implementam reformas, Israel deve se esforçar ao máximo para melhorar a qualidade de vida dos palestinos. Não foi discutida a situação do presidente da ANP, Iasser Arafat, que está cercado por forças israelenses em seu quartel-general em Ramallah (Cisjordânia) desde dezembro, tendo tipo permissão para sair poucas vezes.


Com agências internacionais


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