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DIPLOMACIA
Chávez recebe Ahmadinejad e reforça pacto contra os EUA
DA REDAÇÃO
Apesar de o seu país não
ter nenhuma experiência no
setor, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse
que não descarta uma "cooperação" em tecnologia nuclear com o Irã no futuro e
defendeu o direito de Teerã
de processar urânio com fins
pacíficos.
O presidente iraniano,
Mahmoud Ahmadinejad,
chegou ontem a Caracas para
selar um pacto energético bilateral com Chávez, em encontro com forte tom antiamericano.
Os dois presidentes assinarão sete acordos de cooperação, na maioria energéticos, e 11 cartas de intenção,
entre as quais uma para certificar as reservas petrolíferas venezuelanas na Falha do
Orinoco, supostamente o
maior reservatório mundial
do produto.
Ao anunciar os acordos,
Chávez disse que "duas revoluções se dão as mãos" e que
Ahmadinejad é "o líder célebre de um povo heróico e líder de uma revolução, irmã
da revolução venezuelana".
O iraniano respondeu dizendo que seu governo tem
"interesses em comum" com
Chávez em sua luta "contra a
hegemonia mundial", em
alusão aos EUA.
"Temos pensamentos em
comum, interesses em comum, temos de estar unidos
para realizar esses pensamentos, para conseguir o objetivo de justiça e paz no
mundo", disse o iraniano,
que hoje viaja a Nova York
para defender o seu programa nuclear, durante a Assembléia Geral da ONU.
O Irã é acusado pelos EUA
de planejar secretamente a
construção de um arsenal
bélico nuclear.
"Andam dizendo que o Irã
vem buscar urânio e que temos uma mina de urânio em
Guayana (sudeste), para fazer uma bomba atômica. Não
se cansam de mentir", disse
Chávez, em referência a declarações do embaixador da
Colômbia na OEA (Organização dos Estados Americanos), logo retificadas pelo governo de Álvaro Uribe, o presidente mais próximo de
Washington na região.
Mas Chávez não descartou
uma cooperação em assuntos nucleares no futuro.
"Não há nenhum tipo de
compromisso de transferência tecnológica em relação à
energia nuclear agora, mas
poderia haver", disse, em entrevista à TV CNN.
O venezuelano disse que a
cúpula dos países não-alinhados, encerrada anteontem em Cuba, apoiou o Irã
"em sua pretensão de ter
energia nuclear para fins pacíficos. É o que o Irã tem dito
e é no que acreditamos".
Com agências internacionais
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