São Paulo, segunda-feira, 18 de setembro de 2006

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DIPLOMACIA

Chávez recebe Ahmadinejad e reforça pacto contra os EUA

DA REDAÇÃO

Apesar de o seu país não ter nenhuma experiência no setor, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse que não descarta uma "cooperação" em tecnologia nuclear com o Irã no futuro e defendeu o direito de Teerã de processar urânio com fins pacíficos.
O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, chegou ontem a Caracas para selar um pacto energético bilateral com Chávez, em encontro com forte tom antiamericano.
Os dois presidentes assinarão sete acordos de cooperação, na maioria energéticos, e 11 cartas de intenção, entre as quais uma para certificar as reservas petrolíferas venezuelanas na Falha do Orinoco, supostamente o maior reservatório mundial do produto.
Ao anunciar os acordos, Chávez disse que "duas revoluções se dão as mãos" e que Ahmadinejad é "o líder célebre de um povo heróico e líder de uma revolução, irmã da revolução venezuelana".
O iraniano respondeu dizendo que seu governo tem "interesses em comum" com Chávez em sua luta "contra a hegemonia mundial", em alusão aos EUA.
"Temos pensamentos em comum, interesses em comum, temos de estar unidos para realizar esses pensamentos, para conseguir o objetivo de justiça e paz no mundo", disse o iraniano, que hoje viaja a Nova York para defender o seu programa nuclear, durante a Assembléia Geral da ONU.
O Irã é acusado pelos EUA de planejar secretamente a construção de um arsenal bélico nuclear.
"Andam dizendo que o Irã vem buscar urânio e que temos uma mina de urânio em Guayana (sudeste), para fazer uma bomba atômica. Não se cansam de mentir", disse Chávez, em referência a declarações do embaixador da Colômbia na OEA (Organização dos Estados Americanos), logo retificadas pelo governo de Álvaro Uribe, o presidente mais próximo de Washington na região.
Mas Chávez não descartou uma cooperação em assuntos nucleares no futuro. "Não há nenhum tipo de compromisso de transferência tecnológica em relação à energia nuclear agora, mas poderia haver", disse, em entrevista à TV CNN.
O venezuelano disse que a cúpula dos países não-alinhados, encerrada anteontem em Cuba, apoiou o Irã "em sua pretensão de ter energia nuclear para fins pacíficos. É o que o Irã tem dito e é no que acreditamos".
Com agências internacionais


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