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TERROR
"Eles se reconstituíram e estão vindo atrás de nós", afirma o diretor da agência de inteligência dos EUA ao Congresso
Al Qaeda impõe a mesma ameaça, diz CIA
DA REDAÇÃO
O diretor da CIA (serviço de inteligência dos EUA), George Tenet, declarou ontem ao Congresso norte-americano que a rede
terrorista Al Qaeda se reorganizou e é hoje ameaça tão séria ao
país quanto era nos meses antes
dos atentados de 11 de setembro.
Em audiência com os comitês
de inteligência da Câmara dos Representantes e do Senado, que investigam os ataques de 2001, Tenet disse que a CIA e o FBI (polícia federal dos EUA) não conseguem trabalhar sem falhas o tempo todo na luta contra o terror.
"O ambiente de ameaças no
qual estamos hoje é tão ruim
quanto era no verão passado [inverno brasileiro], no verão antes
[dos atentados] de 11 de setembro", declarou o diretor da CIA.
"É sério, eles se reconstituíram,
eles estão vindo atrás de nós, eles
querem executar ataques."
Ao citar os ataques deste mês
-contra soldados americanos no
Kuait e o atentado a bomba em
Bali que matou mais de 180 pessoas-, Tenet declarou: "Você vê
em Bali, você vê no Kuait. Eles
planejam múltiplos teatros de
operação, eles têm a intenção de
atacar... de novo."
Depois dos ataques de 11 de setembro, que mataram cerca de
3.000 pessoas, o país lançou campanha militar no Afeganistão para destruir a rede terrorista Al
Qaeda, liderada por Osama bin
Laden, responsável pelos ataques.
Apesar de desorganizar parte da
Al Qaeda e de fazer algumas detenções importantes, os EUA não
sabem a localização de Bin Laden
e de outros líderes da rede.
O diretor da CIA tentou responder às críticas de que houve lapsos
por parte dos serviços de inteligência antes dos ataques, dizendo
ao Congresso que faltavam às
agências detalhes precisos que
permitiriam prevenir os ataques,
apesar de saberem que Bin Laden
tramava matar americanos.
"Nos meses que precederam 11
de setembro, estávamos convencidos de que Bin Laden pretendia
atacar americanos, que tinha a intenção de matar em larga escala e
que o ataque poderia ser em casa,
no exterior ou em ambos", disse.
Segundo Tenet, acompanhado
pelo diretor-geral do FBI, Robert
Mueller, relatórios de inteligência
sugeriam que os alvos da extensa
rede de terrorismo eram americanos, mas indicavam algum ponto
mais ocidental ou em Israel.
"Entretanto, falando especificamente do plano para 11 de setembro, nunca adquirimos o nível de
detalhamento que nos permitisse
traduzir nossas preocupações estratégicas em algo sobre o qual
pudéssemos agir", afirmou Tenet
na audiência, a última em uma série de depoimentos abertos nos
quais congressistas têm detalhado
falhas de inteligência.
Tenet reconheceu que a CIA errou ao não colocar o nome de dois
dos sequestradores dos aviões
usados nos ataques em uma lista
de alerta do Departamento de Estado até pouco antes dos ataques.
Com agências internacionais
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