São Paulo, sexta-feira, 18 de outubro de 2002

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INDONÉSIA

Sob pressão internacional, governo intima líder extremista islâmico e decreta medida antiterror

Jacarta anuncia pena de morte a terroristas

DA REDAÇÃO

O governo indonésio, sob pressão internacional para intensificar o combate ao terrorismo, intimou a depor ontem um clérigo muçulmano suspeito de liderar um grupo terrorista e aprovou um decreto que torna o terrorismo punível com a pena de morte.
Em um telefonema ontem, o presidente dos EUA, George W. Bush, e a presidente da Indonésia, Megawati Sukarnoputri, concordaram em que o atentado do último sábado em Bali, que deixou mais de 180 mortos e 300 feridos, merece uma "resposta decisiva", disse a Casa Branca.
"Os dois líderes concordaram em que os atentados em Bali requerem uma resposta rápida", disse Scott McClellan, porta-voz de Bush.
Austrália, Reino Unido e Nova Zelândia, afirmando ter conhecimento de novas ameaças, pediu ontem que seus cidadãos deixassem a Indonésia.
Os EUA já haviam ordenado a saída de seus diplomatas do país e recomendado a seus cidadãos que evitassem ir à Indonésia. Washington advertira Jacarta do risco de um ataque terrorista poucos dias antes do atentado.
Edward Aritonang, porta-voz da Polícia Nacional da Indonésia. disse que Abu Bakar Bashir, suposto líder do grupo Jemaah Islamiyah, acusado pela Austrália de envolvimento no atentado em Bali, seria intimado a depor amanhã.
Aritonang disse, contudo, que Bashir não havia sido declarado suspeito pelo atentado em Bali, mas por ataques a igrejas na véspera do Natal de 2000 em Jacarta e outras nove cidades, que mataram 19 pessoas e feriram dezenas.
"Vamos intimá-lo a depor como suspeito no sábado", disse Aritonang em Bali.
Há meses, países vizinhos afirmam que Bashir, 64, que trabalha como professor em Java, é líder do Jemaah Islamiyah e que o grupo tem ligações com a Al Qaeda.
O ministro da Segurança indonésio, Susilo Bambang Yudhoyono, confirmou ontem que as autoridades suspeitam que estrangeiros tenham estado envolvidos no atentado em Bali. O jornal "Jakarta Post" afirmara que um malasiano e um iemenita poderiam ter orquestrado o ataque e que um europeu teria participado.
O governo indonésio anunciou ontem que promulgará hoje um decreto que autoriza a criação de uma força especial antiterror e torna atos de terrorismo puníveis com a pena de morte.
A força será composta de policiais e militares, que poderão interrogar suspeitos por sete dias e detê-los por até 360 dias.


Com agências internacionais



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