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INDONÉSIA
Sob pressão internacional, governo intima líder extremista islâmico e decreta medida antiterror
Jacarta anuncia pena de morte a terroristas
DA REDAÇÃO
O governo indonésio, sob pressão internacional para intensificar o combate ao terrorismo, intimou a depor ontem um clérigo
muçulmano suspeito de liderar
um grupo terrorista e aprovou
um decreto que torna o terrorismo punível com a pena de morte.
Em um telefonema ontem, o
presidente dos EUA, George W.
Bush, e a presidente da Indonésia,
Megawati Sukarnoputri, concordaram em que o atentado do último sábado em Bali, que deixou
mais de 180 mortos e 300 feridos,
merece uma "resposta decisiva",
disse a Casa Branca.
"Os dois líderes concordaram
em que os atentados em Bali requerem uma resposta rápida",
disse Scott McClellan, porta-voz
de Bush.
Austrália, Reino Unido e Nova
Zelândia, afirmando ter conhecimento de novas ameaças, pediu
ontem que seus cidadãos deixassem a Indonésia.
Os EUA já haviam ordenado a
saída de seus diplomatas do país e
recomendado a seus cidadãos que
evitassem ir à Indonésia. Washington advertira Jacarta do risco
de um ataque terrorista poucos
dias antes do atentado.
Edward Aritonang, porta-voz
da Polícia Nacional da Indonésia.
disse que Abu Bakar Bashir, suposto líder do grupo Jemaah Islamiyah, acusado pela Austrália de
envolvimento no atentado em Bali, seria intimado a depor amanhã.
Aritonang disse, contudo, que
Bashir não havia sido declarado
suspeito pelo atentado em Bali,
mas por ataques a igrejas na véspera do Natal de 2000 em Jacarta e
outras nove cidades, que mataram 19 pessoas e feriram dezenas.
"Vamos intimá-lo a depor como suspeito no sábado", disse
Aritonang em Bali.
Há meses, países vizinhos afirmam que Bashir, 64, que trabalha
como professor em Java, é líder
do Jemaah Islamiyah e que o grupo tem ligações com a Al Qaeda.
O ministro da Segurança indonésio, Susilo Bambang Yudhoyono, confirmou ontem que as autoridades suspeitam que estrangeiros tenham estado envolvidos no
atentado em Bali. O jornal "Jakarta Post" afirmara que um malasiano e um iemenita poderiam ter
orquestrado o ataque e que um
europeu teria participado.
O governo indonésio anunciou
ontem que promulgará hoje um
decreto que autoriza a criação de
uma força especial antiterror e
torna atos de terrorismo puníveis
com a pena de morte.
A força será composta de policiais e militares, que poderão interrogar suspeitos por sete dias e
detê-los por até 360 dias.
Com agências internacionais
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