São Paulo, sexta-feira, 18 de outubro de 2002

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ORIENTE MÉDIO

Entre os mortos há 3 crianças; Israel lamenta "perda de vidas inocentes", mas diz que bombardeio foi defensivo

Ataque de Israel mata 8 palestinos em Gaza

DA REDAÇÃO

Tanques israelenses mataram ontem oito palestinos e feriram mais de 50 (pelo menos cinco gravemente) em um campo de refugiados da faixa de Gaza depois que, segundo o Exército, franco-atiradores palestinos atiraram contra militares de Israel.
Entre os mortos, havia uma mulher de 70 anos e pelo menos três crianças (de 13, 12 e nove anos), segundo o médico Ali Mussa, do hospital Al Najar, em Rafah (Gaza). Testemunhas disseram que corpos desmembrados foram retirados de destroços no campo de refugiados de Rafah.
Uma escola administrada pela UNRWA (United Nations Works and Relief Agency, a instituição que cuida dos refugiados palestinos) e outra administrada pela ANP, além de casas, foram atingidas por tanques israelenses, segundo a UNRWA.
Os alunos da escola da UNRWA tiveram de ser levados para o porão. Ninguém ficou ferido.
"É mais um caso de uso desproporcional da força contra alvos civis, incluindo escolas cheias de crianças", disse Peter Hansen, comissário-geral da UNRWA.
O Exército de Israel lamentou "a perda de vidas inocentes", e um militar disse que as tropas atiraram em autodefesa.
"Terroristas palestinos lançaram um míssil antitanque contra uma unidade do Exército que operava na região, e as tropas devolveram o fogo", disse o Exército de Israel em um comunicado.
A Autoridade Nacional Palestina criticou o que chamou de "massacre" em Rafah e renovou o apelo por observadores internacionais na Cisjordânia e na faixa de Gaza. Israel descarta uma intervenção estrangeira e considera as medidas militares uma resposta apropriada à ação dos militantes palestinos nos territórios ocupados.
A violência prejudica o pedido norte-americano de calma na região para tentar angariar apoio dos países árabes a uma guerra contra o Iraque. O presidente George W. Bush se reuniu com o primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, em Washington, para discutir a crise iraquiana.
Ao menos 1.624 palestinos e 604 israelenses morreram desde o início da Intifada (levante palestino contra a ocupação israelense), em setembro de 2000.


Com agências internacionais


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