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COLÔMBIA
Ao menos 14 morreram nos últimos dois dias
Combates urbanos em Medellín são os piores da história do país
DA REDAÇÃO
Militares e policiais de elite da
Colômbia intensificaram ontem
uma operação iniciada na véspera
para retomar o controle de um
bairro na periferia de Medellín,
disputado há anos entre grupos
guerrilheiros e paramilitares.
O conflito, considerado o combate urbano mais intenso da história do país, já deixou 14 mortos.
Até alguns meses atrás, a guerra
civil, iniciada há quatro décadas,
estava restrita às áreas rurais.
As ruas de Medellín, segunda
maior cidade do país, estavam tomadas por militares. Durante a
madrugada, um carro-bomba explodiu em frente a um edifício no
centro da cidade, deixando um
morto -o suposto motorista do
carro-bomba-, dois feridos e
muitos estragos materiais.
Um ônibus carregado com explosivos foi desativado perto de
uma escola na Comuna 13, bairro
no qual se desenvolvem os combates. O bairro concentra cerca de
100 mil dos 2 milhões de habitantes de Medellín. "Retomamos a
Operação Orion, para retomar o
controle da Comuna 13 e conseguir que os guerrilheiros saiam
dali vivos ou mortos", afirmou o
comandante do Exército colombiano, general Carlos Ospina.
Segundo o Exército, a ofensiva
foi ordenada pelo presidente da
República, Álvaro Uribe. Uribe
tomou posse no dia 7 de agosto
prometendo pulso firme contra
os grupos armados ilegais.
O governo anunciou que as
operações do Exército e da polícia
deverão ser estendidas para a capital, Bogotá, e às demais cidades
grandes do país. "Trabalharemos
nas regiões onde há milícias urbanas de paramilitares e da guerrilha. Entraremos ali para defender
os colombianos e evitar ao máximo que se repita a situação da Comuna 13 de Medellín", disse o vice-presidente, Francisco Santos.
A ministra da Defesa, Marta Lucía Ramírez, afirmou que a vigilância será redobrada para evitar
infiltrações nas cidades dos rebeldes esquerdistas das Farc (Forças
Armadas Revolucionárias da Colômbia) e ELN (Exército de Libertação Nacional) e dos paramilitares direitistas das AUC (Autodefesas Unidas da Colômbia), que
combatem as guerrilhas.
"Não haverá em nossas cidades
nenhum santuário para os terroristas nem nenhuma zona vedada
às autoridades legítimas", afirmou Ramírez. Segundo ela, o governo não pode "ficar de braços
cruzados diante dos delitos".
Segundo o comandante do
Exército, as tropas militares não
estão conseguindo avançar tão
rápido quanto o planejado porque os milicianos se entrincheiraram nas casas e usaram civis como escudos humanos. Segundo
fontes militares, muitos guerrilheiros e paramilitares estão fugindo do bairro fazendo-se passar
por moradores da região.
A operação tem o apoio de
aviões e helicópteros de combate
e conta com 3.000 policiais, soldados e detetives do serviço secreto.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos expressou preocupação
com os combates em Medellín.
Moradores da Comuna 13 pediram a suspensão da operação e
afirmaram que muitos soldados
dispararam indiscriminadamente contra casas do bairro, o que o
Exército nega.
Com agências internacionais
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