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IRAQUE OCUPADO
Três mortos em Karbala eram militares dos EUA, que também sofreram baixa em Bagdá; dez eram iraquianos
Confronto com xiitas resulta em 13 mortos
DA REDAÇÃO
Dez iraquianos, dois deles policiais, e três militares americanos
morreram ontem em um confronto na frente do gabinete de
um líder xiita na cidade sagrada
de Karbala, no sul do Iraque. Outro policial americano foi morto
em uma explosão em Bagdá, elevando para 101 as baixas sofridas
pelos EUA em ações hostis desde
que foi anunciado o fim dos principais conflitos, em 1º de maio.
O episódio em Karbala se soma
a um quadro de tensões crescentes entre as forças de ocupação e
os xiitas -antes tidos como o
segmento mais receptivo às tropas anglo-americanas por sua
condição de maioria reprimida
pela ditadura de Saddam Hussein, um sunita.
O confronto, entre militantes
armados que guardavam o gabinete do aiatolá Mahmud al Hassani e uma patrulha conjunta da polícia iraquiana com policiais militares dos EUA, ocorreu durante a
madrugada, sob toque de recolher. Foram disparados tiros e
granadas-foguetes. Mais cinco
policiais iraquianos e sete americanos foram feridos.
Um auxiliar de Al Hassini afirmou que a patrulha teria aberto
fogo contra os militantes "sem
avisar e sem sofrer nenhum tipo
de provocação", matando oito deles. Segundo Abu Ali, o clérigo
deixou o gabinete pela manhã,
acompanhado por sua família.
O outro policial militar americano morto ontem foi vítima de
uma bomba que explodiu em
Bagdá e feriu dois de seus colegas.
Reforço externo
O general Thomas Metz, comandante da 3ª Corporação do
Exército, afirmou que o Pentágono poderia manter tropas no país
até 2006. Mas, diante da deterioração da situação de segurança no
Iraque, os EUA buscam a colaboração militar de outros países para substituir parte de seu contingente de 130 mil homens no país.
Com a aprovação pelo Conselho de Segurança da ONU, anteontem, de uma resolução que
autoriza a criação de uma força
multilateral sob seu comando e
com a chancela do organismo internacional, Washington espera
persuadir aqueles que condicionaram o envio de tropas à ratificação da ONU.
Mas um dos países visados, o
Paquistão, anunciou que não enviará soldados porque a nova força multinacional se assemelha
muito à força de ocupação. Já o
Japão disse que a resolução abre
caminho para o envio de seus soldados. França, Alemanha e Rússia também não vão contribuir.
Segundo o chefe da diplomacia
americana para a América Latina,
Roger Noriega, os EUA pretendem negociar individualmente
com cada governo latino-americano. "O que trataremos com
nossos vizinhos da América, por
meio dos canais diplomáticos, é
de que modo querem contribuir
[com soldados]", declarou.
Os EUA já pediram ajuda militar ao Brasil, mas o país negou.
ONU
O secretário-geral da ONU, Kofi
Annan, também afirmou que não
enviará mais funcionários ao Iraque enquanto a situação de segurança não melhorar. Após a sede
da ONU em Bagdá sofrer dois
atentados com saldo de 24 mortos
em agosto e setembro, Annan retirou 95% de seu quadro no país,
restando menos de 30 pessoas.
A nova resolução prevê o fortalecimento do papel do organismo, embora sempre prestando
auxílio, nunca comandando o
processo. Paris, Moscou e Berlim
exigiam que a ONU administrasse a reconstrução.
Com agências internacionais
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